Arrebatamento

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Meu corpo parecia flutuar, sentia meu espírito sendo puxado aos poucos para cima, assim que abri os olhos estava deitado em um chão branco de mármore, eu sabia que era gelado mas não conseguia sentir. Do meu lado vi uma escada que parecia feita do mesmo mármore, o corrimão era dourado, como se fosse feito de ouro.

No final da escada uma porta enorme estava aberta, quando olhei em volta tudo parecia infinitamente branco, meio embaçado, típico de um sonho. Me levantei, estava ainda de pijama, mesmo com o pés no chão de pedra ainda não sentia o gelado. Andei até a escada e comecei a subir devagar ainda olhando para os lados com a esperança de ver algo a mais do que apenas branco.

Quando cheguei no final da escada a porta estava na minha frente. Pensei em entrar por ela mas foi aí que senti um vento vindo de dentro. A primeira coisa que senti naquele sonho. Era forte e tinha ritmo, uma lufada a cada segundo, o ar empurrava a porta e ela começou a fechar, eu tentava andar mas o vento era muito cortante, fiquei parado com os braços na frente do rosto impedindo que o ar me atingisse. Naquele momento, um pouco antes da porta se fechar, eu vi uma sobra flutuando no ar, parecia a silhueta de um homem e o que provocava o vento era suas asas, por isso era tão ritmado.

Quando ouvi o bater da porta acordei com meu celular tocando, olhei para o relógio digital na minha cômoda e já passava das quatro horas da manhã. Pisquei algumas vezes e peguei o telefone, na tela apareceu a foto do Bruno, queria matá-lo por ter me acordado uma hora antes do meu despertador.

- O que você quer, sabe que horas são? - falei meio sonolento.

- Dylan me ajuda. - sua voz estava trêmula e ele parecia nervoso, nunca tinha ouvido ele daquele jeito. Logo me sentei na cama, na hora pensei que ele poderia ter se metido em alguma briga por causa das festas ou em algum acidente.

- O que houve Bruno?

- Meus pais sumiram.

- Como assim sumiram?

ProfeciaWhere stories live. Discover now