Capítulo 5

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Era um sábado e eu não tinha nada para fazer. Minha mente apenas vagava pelos acontecimentos dessa semana. Em tão poucos dias, minha aparência mudou, minha forma de pensar e algumas coisas no quesito sexual.
Eu não tinha um grande repertório de experiências sexuais, conversava com Lisa as vezes e ela concordava comigo em esperar o meu tempo. Agora, numa semana eu já havia beijado Drew Feeley, dado uns amassos picantes com Luke Devon e feito um oral em Seth Rennals.
Meu propósito ainda estava de pé, ainda faltavam mais e que seriam eliminados um a um de minha lista quando eu os fazer engolir todas aqueles juízos falsos.

Meu celular vibrou ao meu lado numa mensagem de minha melhor amiga.

- e que tal uma cinema? [17:02]

- tem um filme legal em estréia. [17:02]

Sorri com a ideia e digitei em resposta.

- por mim tudo bem. Quem vai?[17:03]

- eu, Martin e você. [17:03]

- huh, vou chamar uma pessoa. [17:03]

Toquei no nome brilhante na tela pensando se devia mesmo o convidar. Eu e Max não tinhamos muita intimidade, claro, mas também não foi nossa primeira conversa. Éramos da mesma turma fazia alguns anos.

- cinema hoje? [17:04]

- opa! ;-) [17:04]

- vai ser eu, você, Lisa e Martin. Tudo bem assim?[17:04]

- tudo. Posso pegar você no caminho. [17:04]

- kkkk [17:05]

- kkk, passo em alguns minutos. ;-) [17:06]

Tomei um banho rápido, hidratei minha pele e arrumei meu cabelo num rabo de cavalo.
Optei por um vestido solto, florido e uma sandália baixa castanha. Coloquei perfume, dinheiro e meu celular tudo numa bolsinha e saí avisando meus pais quando Max deu sinal por mensagem.

- nossa! - disse assim que me viu e eu sorri para ele. Max era um fofo. Nem parecia que fazia parte daquela equipa cheia de marmanjos idiotas.- você está linda.

- muito obrigada, Max, você também está encantador.

- por favor, madame.- fez gesto para que entrelaçá-se nossos braços e assim fiz.- que filme vamos assistir?

- não faço a mínima ideia. Lisa disse para irmos ver e só aceitei. Talvez nós escolhemos lá mesmo.

No cinema haviam alguns jovens de nossa idade e algumas criancinhas.
Encontramos Lisa e Martin logo na entrada rindo de alguma coisa.

- oi!- ela falou assim que nos viu. Seu olhar caiu em nossos braços entrelaçados e subiu rapidamente com um sorriso contido.

- olá.- sorri para eles.

- o que vamos assistir?- Max perguntou.

- roubou minha fala.- Martin fala e encara alguns cartazes.- tem Malévola 2, um filme romântico sobre garotos que ela já amou 2 e..

- vamos nesse.- falei e Lisa riu. Algumas coisas não mudam.

- mas não é muito docinho não, né?- Max perguntou.- olha minha glicemia.

- é perfeito.- falei o puxando pelo braço.

•••


Eu havia chorado no filme, claro. Acho que isso realmente nunca mudará em mim.
Lisa ria de mim enquanto Martin me encarava perplexo.

- eu pensava que chorar por filmes, realmente acontecia apenas nos filmes.

- não tem como não chorar - limpei o rosto e sorri para Max. - estou bem. Só.. é tão lindo o amor deles e eu fiquei ansiosa para o final.

- posso oferecer um gelado para acalmar os nervos?- Max sorri.

- pode.

- bom, nós já vamos andando.- Lisa falou.- a mãe de Martin fez pudim hoje.- sorriu e eles se despediram de nós indo em direção contrária.

Max gesticulou com o braço novamente e eu entrelacei o meu no dele deitando a cabeça em seu ombro enquanto andamos em silêncio.

- porque a mudança drástica no visual.- sua voz de repente quebra nosso silêncio confortável.- é que, sabe, muita gente diz que fez isso depois da lista.

- eu não quero pensar nisso agora.- realmente com Max era diferente. Não havia sede de vingança e nem mesmo avançar meus limites. Com Max eu era eu.

- tudo bem, desculpa, não quis ser evasivo.

- não foi. Está tudo bem.

Compramos os sorvetes e sentamos no parque abaixo a uma árvore.

- não concordo com aquela lista, mas você não merece o último lugar. Você é doce e meiga. É simpática, inteligente, sorridente e...linda.- falou por último com um rubor nas bochechas.

- eu acho que não são bem esses os critérios usados na classificação. Coisas como, peitos, bunda, cintura e tudo o que deixa uma mulher gostosa é o que realmente conta. E eu não me encaixava.

- acha que esses critérios são os que devem ser considerados? Acha a maneira que te descrevi como a errada? Porque, você se encaixa nos critérios deles, agora.- falou.- fez para se encaixar?

Encarei Max por um tempo e ele suspirou assentindo.

- desculpa, eu disse que não ia.. desculpa.

Eu adorei saber que Max me enxergava daquela maneira. Mas naquele momento minha cabeça considerava o ideal de gostosa usado nas classificações.

Max era fofo, lindo, sensível e um querido. Ele me fazia sentir bem, longe de tudo isso. Não como se o que estivesse fazendo me sufocava, muito pelo contrário, me dava um enorme prazer sentir aquilo. Aquele poder. Porém precisava de folga e Max, era isso.

Continuei o encanrando mesmo que seu olhar era em algo vago naquele momento. Me aproximei de seu rosto e beijei sua bochecha despertando sua atenção.

- eu posso te beijar e esquecer tudo isso, por favor?

Ele sorriu e me antecipou.

Total disaster | Primeiro LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora