Cap. 5

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- ĸιм jongιn on -



- Por causa desses idiotas, nosso almoço foi arruinado! - comentei frustrado enquanto Kyung se sentou ao meu lado, no banco que havia numa parte afastada da faculdade.

Uns bons minutos se passavam e nós apenas nos mantínhamos em silêncio. Silêncio esse não muito agradável, pois tanto eu, quanto o Kyung estávamos frustrados com a situação.

"Eu devia ter acabado com aquele cara!" pensei.

- Jongin-ah, está muito machucado? - me tirei de meus pensamentos ao ouvir a voz calma de Kyungsoo que direcionava seu olhar, um tanto nervoso, à mim.

Virei meu rosto para olhá-lo melhor e ele estava levemente vermelho com as pupilas dilatadas. Por conta dessa cena extremamente fofa que ocorreu em minha frente, a única coisa que eu consegui fazer foi balançar minha cabeça em negação e soltar um resmungo que nem eu escutei direito.

- Não minta pra' mim. Estou vendo os machucados no seu rosto. Me deixe fazer um curativo, por favor. É o mínino que eu posso fazer. - ele disse agora com um olhar preocupado.

Eu [novamente paralisado] apenas assenti e ele começou a fazer os curativos.

- Ei... Mais cedo você me chamou pelo nome... - perguntei afim de quebrar o silêncio que novamente foi instaurado.

- Desculpe, e-eu pensei que com-...

- Não se preocupe pode me chamar assim, não gosto de formalidades. E já disse que somos amigos o suficiente para deixarmos isso de lado. Não é a toa que eu te chamo de Kyung e nem uso hyung para tratar com você. - o interrompi e o vi o mesmo terminar o curativo e rir docemente com a face ruborizada. - Você riu? KYUNG VOCÊ RIU!!!

- Jongin-ah... Você também ri com frequência. Acho que isso de alguma forma me influência.

- Eu nem percebo que dou tanta risada, mas me espantei porque você parece sempre estar deprimido.

- Jongin... - ele disse e eu apenas assenti para que continuasse. - Essas pessoas de antes... Por que fez aquilo?

- Como? - perguntei confuso.

- Jongin... Não precisa se preocupar comigo e muito menos se meter em brigas por mim, já que não temos nada. - eu ia interrompê -lo, quando o mesmo continuou. - Eu... Normalmente nem os escuto. - levantei nervoso e fiquei de frente à ele segurando seus braços, com a maior sutileza que pude, e o fiz olhar diretamente para os meus olhos.

- DO QUE ESTÁ FALANDO!? Só porque não pode escutar, vai deixar eles falando merda de ti!? É isso que você faz esse tempo todo? - diminuí meu tom de voz, pois percebi seu olhar assustado e o soltei. Me acalmando da raiva que eu nem percebi ter sentido. - Se não escuta o que eu ou os outros dizem, é só dizer. - voltei a olhá -lo nos olhos e o mesmo parecia estar tenso. - Por que tem me evitado todo esse tempo? Se não pode escutar... Não é culpa sua! - após minha fala, percebi que algumas lágrimas desciam por seu lindo rosto. - Soo... Por que está chorando?

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- do ĸyυngѕoo on -

ғʟᴀsʜ ʙᴀᴄᴋ ᴏɴ

- Debilitamento repentino da capacidade auditiva... Não estou certo se devê-se a febre alta... Já faz um tempo que começou a tomar a medicação... - o otorrinolaringologista fez uma pausa em sua fala e voltou seu olhar à mim e à minha mãe, que estávamos sentados em seu consultório depois de uma semana de minha perda auditiva. - É quase impossível melhorar suas condições de audição... E creio que deveria começar a utilizar aparelhos auditivos. Isso vai ajudá-lo bastante. O que acham?

Eu estava assustado, apenas ainda não acreditava que da noite para o dia eu perdi uma parte de minha audição.

Minha mãe segurava minha mão com intuito de passar tranquilidade, mas eu não conseguia. Ela me olhava com o seu melhor sorriso para a ocasião, mesmo que eu saiba que por dentro ela está tão assustada quanto eu.

ғʟᴀsʜ ʙᴀᴄᴋ ᴏғғ

- Soo? - Jongin me cutucava levemente, acho que tentava me tirar de meu transe.

- As pessoas sempre me tratavam inferiormente, perdiam a paciência quando eu os pedia para repetirem suas falas e alguns que não sabiam de minha condição, mesmo com o aparelho a mostra, me taxavam como rude. Por mais que eu tentasse me aproximar, sempre me afastavam de alguma maneira. Uma vez depois de meu reforço de matemática, eu passei por uma sala, aonde estava tendo aulas de libras. Eu pela primeira vez pensei não ser o único, mas quando perguntei ao professor que voltava comigo, ele disse que todos escutavam porém estavam aprendendo a linguagem para justamente ajudar aqueles com deficiência auditiva. E novamente... Me encontrei sozinho. Eu já até cogitei suicídio, já que não havia motivo para a minha existência. Bom, na verdade não culpo ninguém por terem essa impressão de mim.

- Como assim!? - Jongin me perguntou espantado me olhando atentamente para que eu explicasse.

- A menina que anotava as informações da aula para mim... Era minha namorada. Em uma tarde, ela me convidou para ir a um hotel, mas eu neguei. Logo depois se espalharam rumores por todas as partes.

- Mas você não tinha negado?

- Provavelmente alguém nos viu de pé em frente ao hotel, no momento em que nos passávamos por lá e ela me convidou. E assim, os rumores apareceram. Mas...Pra mim... - engoli em seco ao sentir lágrimas quererem sair. - Não me importa o que os outros pensam. Porque coisas assim vão continuar acontecendo.

- POR QUE TEM QUE PENSAR DESSA MANEIRA!?

- Todos até agora me tratam por essa maneira!

- Eu não sou assim! - ele se levantou levemente, mas logo sentou de volta. - Por que as pessoas são tão babacas!? - ele resmungou, mas como sempre de alto som, assim eu consegui ouvir e não contive minha risada. Ele era extremamente fofo nervosinho.

- Jongin-ah... Faz pouco tempo que você apareceu. E eu quero de agradecer por me ajudar e defender. É a segunda vez que faz isso. Quando nos vimos pela primeira vez eu achei que você era daquele tipo tonto.

- Hã!? - indagou surpreso e eu ri novamente.

- Mas, desde o momento em que você disse que as pessoas que te dão comida são pessoas boas... - e sem perceber eu estava aos prantos enquanto Jongin passava as mãos pelas minhas costas e me acalmava.

- Agora pouco, você riu de novo. Não riu!?

- Sim! - disse rindo levemente, enquanto enxugava minhas lágrimas.

- Waaaaa... Quem diria que eu Kim Jongin faria Do Kyungsoo, o dono do sorriso de coração mais bonito do mundo, rir tantas vezes em um só dia! O momento chega pra' todos!

Ficamos rindo e conversando a tarde toda. Como era bom tem a companhia de Jongin ao meu lado. Eu me sentia estranhamente feliz, com algumas borboletas fazendo a festa em meu estômago.


Hidamari ga Kikoeru - ver. KaisooOnde histórias criam vida. Descubra agora