Infância - Pré adolescência

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Antes da Jennifer viajar, meus pais perguntaram o novo endereço delas, mas Joana (mãe dela) preferiu não falar a ninguém, porque não era seguro, ninguém sabia do que Marcos (pai da Jennifer) era capaz

Passei a notar que Joana era muito boa em esconder coisas relacionadas a Marcos, tanto que nem a própria filha sabia muito sobre ele

Fui obrigado a voltar pra escola, porque poderia perder mais um ano, e foi muito difícil passar uma manhã inteira longe da Jenni, mas ainda assim eu consegui finalizar o ano.

Foi um dos momentos mais tristes da minha vida, eu perdi a única irmã que eu tive, eu não a veria mais. Quando ela foi, a escola ficou totalmente diferente, sem ânimo, eu nem saía da sala de aula, apenas para sair da escola quando eu estivesse dispensado

*Início do outro ano letivo*

-Eu vou fazer amigos, mas eu não vou me apegar a eles, porque eles podem sumir - repetia em frente ao espelho tentando me convencer a isso

-MAI, DESCE LOGO OU VOCÊ QUER SE ATRASAR LOGO NO PRIMEIRO DIA? - Grita minha mãe de dentro da garagem

Desço correndo e entro direto no carro, eu não pretendia conversar com meus pais sobre o novo ano, mas eles insistiram

-Filho, eu quero que você saiba, que pode sempre contar com a gente, e nós não vamos deixar aquilo se repetir - minha mãe fala tocando eu meu ombro direito

-E, queremos que vc saiba que existem outras pessoas pra você ser amigo, o mundo não é feito apenas de Jenni... - minha mãe o interrompe

-MARCELO - fala num tom áspero, com os dentes travados e a boca praticamente fechada

Meu pai se cala, e finalmente chegamos na escola, lugar onde eu viveria novos dias iguais aos de antes, logo ao chegar na sala, tive uma surpresa, pois não estudava com ninguém dos anos anteriores

Não demorou muito, e o diretor da escola veio nos apresentar um professor novo, professor de geografia, ele entrou, se apresentou, e pediu que chamassem ele de oceano, ele só nos falaria seu nome verdadeiro no fim do ano, isso se nós fôssemos uma boa turma e nao fizéssemos baderna, todo mundo aceitou o "desafio", não só minha turma, mas todos os alunos da escola

-Finalizando minha fala, eu lhes apresento o meu filho, o Juan - o garoto sentado ao meu lado se levanta, cumprimenta toda a turma, e se senta novamente - ele é meu filho, mas não vou pegar leve com ele por isso, até porque, vai ser como se todos vocês fossem meus filhos.

Era uma conversa infantil demais pra alunos do 6° ano, mas até que gostamos do professor oceano, ele parecia ser muito legal

Estávamos na última aula quando a sirene soou, informando que o horário da aula havia acabado

-Voces estão dispensados por hoje - diz a professora de ciências

Logo me levanto, e vou caminhar em direção a porta, quando alguém toca em meu ombro

-Ei, seu cadarço soltou - Juan me olhava com olhar assustado, como se temesse alguma coisa

-Obrigado - me abaixo pra amarrar o cadarço - você é de qual bairro? - pergunto indo em direção ao portão da escola

-não sei o nome, mas fica em frente ao parquinho que tem uma grande árvore das folhas amarelas - fala bem tímido, com a voz super baixa

- minha casa também é perto desse parquinho, acho que agora somos vizinhos - ri um pouco, e logo vejo meus pais me esperando no carro

Fui correndo pra eles, não via a hora de estar em casa pra jogar videogame, minha mãe não esperou chegar em casa pra perguntar

-como foi o primeiro dia?

-foi bom - falo desanimado

-Alguma amizade? - meu pai pergunta me olhando pelo retrovisor

-não pai, ainda não - fico o resto do caminho pensando em onde a Jenni estaría

Quando chego em casa, subo pro meu quarto, e após o banho, deito na cama e fico pensando

Talvez, Juan se torne meu amigo, mas ele n vai substituir a Jenni, e eu não vou me apegar, porque um dia, ele vai se afastar de mim assim como ela fez















Talvez o destino esteja brincandoOnde histórias criam vida. Descubra agora