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Duas semanas se passaram,desde o último olhar e o último toque.
Eu ainda posso sentir a leveza daquelas mãos brancas feito neve,  e a intensidade daqueles olhos azuis a me olhar.

Minha mãe acabou pedindo férias no serviço pra poder ma fazer companhia em casa e me observar. Eu havia parado de estudar, e passava os dias trancada no quarto.

Era fim de tarde quando eu estava deitada e escutei uma conversa que parecia vir da sala, estranho porque não era costume recebermos visitas.

Suzan- Ela não come direito, não dorme bem porque tem pesadelos a noite, está sempre chorando, eu não sei mais o que fazer.

Zoe- Todos notamos quando ela parou de ir ao colégio, estamos preocupados, eu posso ve-la?

Suzan- Claro que pode, ela está no quarto.

Zoe- Posso entrar?

- Fique a vontade.

Zoe- Eu senti a sua falta mocinha, você não vai mais ao colégio?

- Eu acho que poderia passar o restante da minha vida nesse quarto, eu não me importo, está sendo muito difícil pra mim.

Zoe- Ela telefonou pra tia Maggie.

- Ela perguntou por mim?

Zoe- Não.

Eu não aguentei em conter algumas lágrimas que insistiam em cair naquele momento.

Zoe- Ela está na no Reino Unido com o Finneas e a Cláudia, voltou a fazer aulas de dança e montar a cavalo, se adaptou a nova escola e até já fez alguns novos amigos.

- Ela está ótima sem mim, daqui a pouco arruma mais uma pessoa pra usar como passatempo.

Zoe- Não diga isso, escute... Billie já passou por situações horríveis, ela é uma pessoa muito forte, não me admiro em saber que ela esteja lhe dando "bem" com isso tudo, certeza que deve estar doendo pra ela também.

- Não importa mais, eu vou seguir a diante, mesmo que demore para que eu me recupere.

Zoe- Você pode contar comigo, você sabe, mas não deixe a escola, e tente se cuidar.

- Obrigada, eu juro que vou tentar.

Zoe- Eu volto aqui outra hora pra te fazer companhia, fica bem.

- Obrigada, eu vou ficar bem.

Zoe saiu e eu fui para a janela, vi que a minha mãe chorava enquanto elas conversavam na porta de casa.

Era péssimo ver a proporção que tudo tomou e o quanto a minha mãe estava sofrendo por tentar me ajudar, isso fazia eu me sentir pior ainda.

Fui até a sala e liguei a tv, estava trocando de canais quando minha mãe entrou.

Suzan- Amanhã você vai para a escola, por favor, você precisa ir.

- Está bem mãe, só vou mesmo porque não quero mais te ver assim por minha causa, eu vou tentar melhorar.

Suzan- Você vai conseguir querida, mamãe está te ajudando nessa.

- Eu te amo mãe, não sei o que seria de mim sem você.

Suzan- Eu te amo muito.

Decidi fazer um esforcinho pra jantar também, vi que a minha mãe estava com um intusiasmo por conta da minha pequena "melhora" já que eu tinha saído do quarto e tinha aceitado voltar ao colégio.

Jantamos e passamos a noite assistindo tv, não demorou muito pra que eu quisesse voltar pro quarto.

Eu não conseguia parar de pensar nela, se estava bem, se estava gostando das aulas de dança, se estava se saindo bem na escola, e definitivamente qualquer coisa faziam me lembrar de como era quando ela ainda estava aqui.

Eu sempre me pegava chorando um pouco, ou observando a rua pela janela, e quando chovia, eu abraçava o edredom, que ainda tinha o cheiro dela.

wish you were gay.Onde histórias criam vida. Descubra agora