Voa.

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Ó tristeza que me amaldiçoa
Ó existência que fica a toa
Ó silêncio que destoa
Ó palavra que voa.

A voz que não fala
A velocidade que para
O texto que desarma
Uma condição rara
Para aquele que não se prepara
O confuso encara
Mais uma rodada
O vazio o traga
Nessa vida castrada
O poema que não faz bem a alma
O pontual que atrasa
A podridão exala
No íntimo daquela sala
A bala é de prata
Não dê a sua cara
Para tomar tapa
Porque assim escancara
A teoria exata
De que somos primatas
Que somente se mata
E nada o salva
Da sua condição bizarra.

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