Hocus Pocus || Jenkai

Capítulo seis: Problemas no paraíso

JENNIE

E mais uma vez foi comprovado que sou alguém muito... influenciável. Por quê? Não é preciso pensar muito, acho que todos imaginamos que adolescentes adoram sair juntos para o que eles chamam de "rolê"; E não, eu não estou inclusa nisso. Mas como sou alguém influenciável, Chaeyoung facilmente me convenceu a dar um... rolê com ela. Não gosto muito de falar dessa forma, sendo que podemos falar que vamos sair. Rolê soa muito... idiota.

Ao menos seríamos apenas nós duas. Eu já tinha me familiarizado bem com os garotos, mas ainda era um pouco estranho ver Jongin quase todos os dias; ainda mais depois da esquisitice que ele me disse na casa da árvore. Ah, não me entenda mal. É como eu disse: eu sou lerda, e não digo o que sinto para ninguém; mas não sou burra, e não minto para mim mesma. Talvez seja normal ás vezes pensar nos outros de... outra maneira?

— Ya! Você nem sequer está me ouvindo! — Chaeyoung estalou os dedos na frente do meu rosto. — Tá pensando no quê?

— Nada demais. — Sorri amarelo para a garota. — Sobre o que você estava falando mesmo?

— Podemos alugar bicicletas e dar uma volta. Faz tanto tempo que não ando de bicicleta! — Seus olhos brilharam. Arregalei os olhos, rindo de nervoso.

— Isso é muito infantil, vamos fazer outra coisa.

— Não é infantil! Todos andam de bicicleta, não seja tonta! — Chaeyoung retrucou, coberta de razão. Levantou-se do banquinho que estava sentada, me puxando pelo pulso e me guiando até a banca das tais bicicletas.

Não tive reação, apenas fiquei calada a observando falar com o funcionário. Ela se virou para mim, com um sorriso ladino.

— Eu paguei pela sua bicicleta, viu só? Só precisa me fazer companhia. Vai ser divertido! — Ela montou em uma das várias bicicletas ali. — Suba logo na sua, paguei apenas por quarenta minutos.

Minhas pernas começaram a tremer. Porra, Jennie, não era tão difícil dizer a verdade e simplesmente esquecer essa ideia estúpida. Mas óbvio que nem sequer abri a boca, e apenas passei a perna para o outro lado da bicicleta. Sentei-me no assento excessivamente desconfortável, olhando torto para a Park.

— Podemos ir? — Ela me olhou, procurando por permissão. Apenas balancei a cabeça, observando a garota que agora pedalava e se afastava de mim.

Olhei para os pedais e engoli um seco. Voltei meu olhar a Chaeyoung, que tinha alcançado uma boa distância de onde eu estava. Posicionei meus pés nos pedais, tentando me assegurar que eu conseguia; e por um momento, fiz a bicicleta andar. Tipo, ela realmente estava andando, os pneus girando e tudo indo bem. Estava indo bem até eu perder o equilíbrio e cair.

Levou alguns minutos para que Chaeyoung notasse e voltasse para ver como eu estava. Esparramada no chão, quase chorando, observei minha amiga deixar a bicicleta de lado e se agachar, ficando próxima a mim.

— Você tá bem? — Ela perguntou um pouco preocupada. — O que aconteceu?

Suspirei, teria que falar em voz alta.

— Eu não sei andar de bicicleta.

— Como não? Todo mundo sabe!

— Eu não sei. — Resmunguei e fiz uma careta de dor.

— Certo, tudo bem. Era só ter me contado, menina tonta. — Ela estendeu a mão e me ajudou a levantar. — Isso melou o rolê. Melhor eu te acompanhar até em casa.

— Tá, tá. Pode ser. — Passei as mãos pela minha calça na tentativa de me livrar de qualquer sujeira. Ao menos Chaeyoung não parecia brava ou magoada, só estava receosa; eu me sentiria bastante culpada se ela se chateasse com isso.