Sete Anos - Epílogo

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Acho que por conta dos eventos fatídicos que aconteceram entre mim e Derek, eu pensei que aquela despedida era o fim do que tinha sido criado entre nós.

Eu estava indo para a faculdade, em outro estado, e ficaria lá por quase cinco anos, até mais por conta da graduação, e dessa vez a distância entre nós conseguiria acabar com tudo de uma vez. Parecia até obra do destino, Derek tinha uma empresa para tomar de conta e um filho recém descoberto, ele tentou não demonstrar, mas para mim era impossível não notar o quanto aquilo o quebrou mais uma vez.

Isso o levou a se distanciar de mim durante naquele tempo, Derek me contou que se ouvisse minha voz iria acabar voltando e ia deixar uma porção de coisas não resolvidas lá. O que com certeza iria criar uma tremenda bola de neve, com seus problemas crescendo cada vez mais. Doeu muito, mas acabei o perdoando.

No fim, o amor nos deixa burro e sentimentais, e confesso que não pensei muito em minha decisão.

Conheci o Frederico (eu ainda não conseguia dizer seu nome sem rir), dois meses depois de estar na universidade. O garoto era a cópia perfeita de Derek que me perguntei como que ele não percebeu logo de cara. Sua mãe também veio, tinha dificuldades em falar inglês, mas conseguia nós entender bem. 

E nossa, que mulher incrível.

De personalidade forte e amável, fez tudo o que pode pelo filho em todos esses anos. Derek ainda tinha raiva pelo que Natasha tinha feito, mas acho que os dois estavam virando bons amigos. Quando Derek voltou para Beacon Hills no fim do mês, disse que tinha uma surpresa, mas que só me diria nas férias de fim de ano, quando eu fosse visitá-los.

Os meses passaram de forma lenta e cansativa, não era nem um pouco fácil ter que fazer tantos trabalhos complexos na maioria dos dias, mas consegui manter uma boa média nas disciplinas.

Quando voltei para minha cidade no natal, fui recebido por todos no aeroporto segurando diversos cartazes com meu nome e balões. Parecia uma festa de aniversário de uma criança de 2 anos, mas encheu meu coração de felicidade.

Uma das novidades acabou me atordoando, meu pai e Melissa ian ter um bebê. Eu só pode dar os parabéns aos dois e dizer que finalmente nós iríamos ser uma família.

Derek se manteve alheio o tempo todo, apenas me olhando e sorrindo pra mim, como de costume ele não gostava de ficar em meio a multidões. No fim da noite fui para seu apartamento e finalmente tivemos um tempo só para nós dois. Fizemos amor como se fosse a primeira vez, era incrível, a chama que envolvia nossos corpos parecia nunca acabar mesmo depois de meses longe um do outro.

Quando acordei na manhã do dia seguinte, Derek estava usando óculos e tinha alguns papéis na mão. Ele me entregou e disse para ler com atenção.

Fiz o que foi pedido, estranhando seu sorriso aquela hora da manhã, já que aquele horário era quando seu mal-humor atingia o pico.

Eram os documentos de um apartamento na cidade onde eu fazia faculdade, financiado em seu nome.

Fiquei tão surpreso com o que vi que quase tive um colapso nervoso, minha reação foi abraça-lo com força.

"Mas e sua empresa? E seu filho?" Perguntei na época. Derek me respondeu que tudo estava dando certo novamente, a empresa estava indo bem com sua gerência e a de Peter, que de alguma forma conseguiu retirar seu status de "morto". Cora estava na faculdade, e o pequeno Freedie o visitava nos finais de mês.

Me contou que já não aguentava ficar longe de mim, e que agora que não tinha nada que nos impedisse, poderíamos ficar juntos novamente.

E foi que fizemos, após o fim de ano, ao invés de voltar sozinho, Derek voltou comigo. Passamos algum tempo arrumando as coisas no apartamento e quando enfim terminamos, pudemos morar juntos finalmente. Nós discutimos por motivos bestas as vezes, mas nosso convívio era melhor que o esperado.

As visitas de nossos amigos e família fazia nós nos sentirmos queridos e animava aquele apartamento como ninguém. Disse a Derek que quando eu terminasse a faculdade, queria que voltássemos para Beacon Hills. Eu estava longe e tinha me acostumado a minha cidade atual, mas lá era meu lar, próximo da minha família e com meus amigos.

Naquele dia em questão eu estava tomando café na cozinha da mansão Hale. Gostava de ter aqueles momentos, ficar sentado no banco alto do balcão lembrando dos detalhes de sete anos atrás e ficar brincando com minha aliança no dedo anelar.

Pois é, Derek e eu nos casamos a pouco mais de um ano.

O humano e o Lobisomem, as almas gêmeas, chapeuzinho e o lobo. Chame do que quiser, eu faria o mesmo, mas enfim nosso clichê se tornou real. Nós mereciamos aquele final, passamos por tantas dificuldades e problemas que talvez a maioria das pessoas já teria desistido a tempos, porém nós não.

Chegamos bem perto, é verdade, mas por mais brega que possa parecer, nosso amor prevaleceu. 

Escutei seus passos atrás de mim e me virei para encará-lo, entretanto não havia um homem e sim um lobo, enorme com pelos negros e olhos azuis brilhantes.

Ele se aproximou e colocou a cabeça no meu colo, depois de lamber umas das marcas que fez no meu corpo no dia anterior, devido a noite intensa.

Algumas coisa não nunca mudam. 

Mais sete luas sendo adicionadas aos nossos sete anos.

Os Sete Meses (Sterek - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora