Problemas que derretem como picolé.

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 Virou os olhos para longe do espelho, estava pensando que as manchinhas na cara poderiam ser cobertas por um corretivo, ou uma base. Yejin não entendia nada de maquiagem, mas considerou procurar seu gloss na gaveta do guarda-roupa, pois talvez possa realçar os lábios sem vida.

Terminou de tirar a camisa, em seguida o sutiã foi jogado em cima da tampa do vaso. Se apressou para entrar totalmente no chuveiro para tirar a friagem da chuva, o olhar parecia ter achado as bolinhas azuis do azulejo do box muito interessantes.

Se pudesse estaria olhando para o nada, mas não podia fechar os olhos, pois sabia que sua mente pararia de pensar no ônibus indo embora, ou de como olhou bem no fundo dos olhinhos da baixinha, e logo viriam os repentinos pensamentos de beijar Haru no corredor de miojo, encostada nas embalagens de galinha picante.

Em seguida, nessa falha tentativa de não imaginar os lábios fofinhos se encontrando, o vislumbrar de um rosto familiar aparece para condená-la, podia sentir o gosto do nó na garganta e o arrependimento, aí por fim pra fechar com chave de ouro, a voz de Choi Yubin lhe chamaria de desprezível em loop.

Murmurou para si mesma quando abria o pote de shampoo, pedia para sua mente não ser tão traiçoeira consigo. Já havia chegado outro verão e nunca mais vira a fuça de Yubin, acreditava fielmente que já havia superado, mas sabia que nunca tinha se entendido consigo mesma.

Sabia que desde a chegada da primavera não tinha se permitido ter sentimentos por ninguém, principalmente garotas, e agora especialmente têm tentado não sentir nada pela loirinha que, descaradamente, disse como uma garota desconhecida era bonita.

"O que há de errado?" Ela se perguntou enquanto massageava o shampoo no couro cabeludo, ainda olhando as bolinhas azuis. "Haru só achou a menina bonita, talvez ela tenha a achado estilosa, deve gostar dessas coisas de moda e maquiagem"

Suspirou, deixou a água eliminar a espuma vagarosamente enquanto ainda devaneava. "Por que estou tentando procurar explicações plausíveis? Uma garota pode achar outras garotas bonitas..." Quando essa conclusão veio a tona, Yejin parou de se ensaboar, já estava imaginando a mão deslizando no pescoço de Haru.

"Posso não me sentir mais desprezível, mas me sinto errada. Eu pedi para sermos amigas, não posso estragar tudo de novo."

(...)

― Haru, você me acha bonita? ― perguntou bem baixo, se arrependeu de ter aberto a boca na última letra da frase.

― Hum, disse alguma coisa, Yejinie? ― Haru se virou, o que quer dizer que o barulho das embalagens de salgadinho que estava ordenando na prateleira atrapalharam de ouvir o que a outra realmente perguntou, essa última soltou um suspiro rápido de alívio.

― Perguntei quem era aquela menina bonita, a do ônibus. ― As mãos inativas repousaram em cima do balcão e as unhas começaram a batucar na superfície.

― Ahh, eu também não sei nada sobre ela, mas gostaria de descobrir. ― A japonesa se aproximou, os dedos de unhas grandes e enfeitadas de pedrinhas brilhantes agarraram a mão esquerda de Yejin, que já parece estar habituada com as aproximações despretensiosas. ― Você não gosta de fazer as unhas?

― Minhas unhas são estranhas ― Apontou o dedão na cara da Haru. ― Olha a unha do meu dedão.

― Ah! Eu posso fazer suas unhas um dia?!

― Hum... ― Yejin encarou o próprio dedão. ― Okay Unnie, te deixo fazer minhas unhas um dia.

Haru corou, mas antes disso os olhos se encheram de brilho, parecia um cachorrinho muito contente.

Summer Sun, Something's BegunWhere stories live. Discover now