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Eu estava feliz porque demoraria para ir à escola.

Os vizinhos ao lado tinham se mudado já faz dois dias, mas eu não tinha visto o garoto ainda, papai disse que certamente iríamos nos falar algum dia, mas eu estava vergonhosa demais para pedir que fôssemos até a casa deles.

Eu perguntava por que fazia tanto sol naquela época do ano, e tendo esse questionamento, mamãe havia se lembrado de regar as plantas à frente da casa.

- Deixa que eu vou! – anunciei, pulando da cadeira da mesa de jantar.

- Tem certeza, filha, não é muito trabalho? – Mamãe perguntou, enquanto lavava louça.

Eu neguei com vigor.

Mamãe deu de ombros. Fui até a porta, subi na cadeirinha, abri. O regador já estava perto da torneira, o trabalho era apenas colocar água. Fácil, não é?

Não mesmo.

Depois que vaguei no voo das borboletas achei que aguentaria o peso do regador sozinha, pois tinha esquecido o mesmo e acabou transbordando. Vermelha e bufando, carregava o regador pra lá, sem querer derrubar um pingo a mais de água.

A água estava ali, o alvo eram as plantas, mas eu definitivamente não tinha forças para suspender o regador sozinha, com certeza derramaria.

Mas quando achei que não teria forças.

O garoto se apoiou em mim.

Pegou uma parte do regador.

E me ajudou.

As plantas estavam regadas, eu, surpresa. 

SummertimeOnde histórias criam vida. Descubra agora