Capítulo 7 - Culpa

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Oi, meus amados! Estou muito feliz com as mais de 2 mil visualizações e os mais de 200 votos! Vcs me deixaram muito feliz!

Esse capítulo está carregado de emoções e muito amor! Espero que eu consiga passar a intensidade do momento por meio das minhas palavras!

Vamos lá! Boa leitura!

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Wei WuXian deu passagem para o seu cunhado e líder da seita Lan, que entrou no Jingshi e se dirigiu até a mesa de estudos de Lan WangJi, onde se sentou e colocou a partitura de "Reminiscência". O patriarca sentou-se a sua frente, no lado oposto a mesa.

"Irmão Wei, lembre-se que este será apenas um teste, tanto para mim, quanto para você, então vamos fazer uma sessão não muito longa, porém, não sou eu que controlo o momento de seu retorno e sim você!" Lan XiChen começou a explicar aquilo que por vezes já haviam discutido.

"Entendo! Eu deverei tomar o controle e escolher o momento para retornar!" Wei WuXian falou, certo de que já havia repassado o plano milhares de vezes em sua cabeça.

"Então, agora esvazie sua mente e ouça o som da xiao..." a voz calma de Lan XiChen fez o patriarca fechar os olhos e se colocar em posição de meditação, enquanto a melodia começava a ser tocada.

As notas lentas e suaves começaram a ficar distantes e Wei WuXian perdeu o contato com a realidade, com o mundo exterior. De repente, se viu em uma das memórias mais doloridas de sua vida passada, uma memória que ele evitava a todo custo recordar, mas ela estava ali, bem diante de seus olhos, como se estivesse vivendo-a novamente. Era o momento de sua morte... sua visão ficou turva, sangue dor e angústia o tomavam. Uma raiva descontrolada e a insanidade do gosto da vingança não concluída. A visão sombria da campanha pela morte do patriarca Yiling era cruel demais e despedaçou muitos cultivadores até que o próprio patriarca caiu, derrotado e entregue à exaustão de uma luta motivada por puro ódio despertado durante suas longas tentativas de salvar inocentes e que inutilmente padeceram.

O gosto amargo do rancor tomou conta da boca de Wei WuXian, que sentiu novamente todo aquele sentimento podre, odioso e desprezível que achara ter esquecido, porém, não lhe restavam mais forças e seu coração começou a falhar... os pulmões não conseguiam mais puxar o ar e a dor insuportável tomou conta de todo o seu corpo, levando aos poucos sua consciência embora.

A dor de seu corpo desapareceu em um centésimo de segundo e quando deu por sí, seu espírito já não estava mais habitando aquele pedaço de carne e ossos sem vida que se esvaia em sangue, mas ao invés de sentir raiva e rancor dos cultivadores que provocaram sua morte durante a batalha, tudo o que Wei WuXian sentia era paz... uma paz que nunca na sua existência havia sentido, uma paz que não se recordara e que agora o tomava, envolvendo-o em um sentimento de plenitude. Olhou ao seu redor e toda a energia ressentida que habitava em seu âmago  durante sua vida, agora já tinha se dissipado. Toda a raiva e sentimento de vingança que carregava e fazia seu peito doer, o levando a agir de forma impulsiva e raivosa, agora não existia mais... foi como se ao se libertar de seu corpo, houve se libertado da energia maligna que havia o dominado e o feito perder a razão, corrompendo o mais íntimo do seu ser. Agora, seus pensamentos eram claros e bondosos, como os de uma criança inocente correndo entre as pernas de seus pais, na sua remota infância.

'O que está acontecendo?' Wei WuXian era expectador e ao mesmo tempo, ator principal de suas memórias. Olhava por tudo ao redor, mas só via dor e destruição cercando seu corpo sem vida estraçalhado no chão coberto de sangue, quando finalmente ouviu gritos de comemoração.

Comemoração pela morte do cavalheiro do caos, do patriarca das artes demoníacas, do causador da desgraça das maiores seitas proeminentes na cultivação. Era o seu destino imutável. A morte àquele que tanto causou horror ao mundo, que  ousou brincar com as artes demoníacas e se deixou levar pelo ódio e rancor. Mas algo o tirou desse momento de contemplação e angústia. De repente, uma névoa o envolveu. Uma névoa morna, gostosa, pacífica e branca. Se permitiu fechar os olhos e se levar por essa sensação boa que misturava-se com a paz e a leveza que sentia, tentando esquecer o cenário de horror que ficou para trás.

WangXian - Em famíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora