soulmates.

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Dizem que relacionamentos perfeitos não existem, mas só dizem isso porque não conhecem o meu.

Começamos a namorar quando éramos novinhos, nos conhecemos no ensino fundamental, enquanto ainda brincávamos de namorar. Quando estávamos no ensino médio, fomos a uma festa que sempre tem nos começos de ano, ele já estava um pouco bêbado, as meninas loucas ao redor, e ele apenas chegou em mim sussurrando ao meu ouvido o quanto ele tinha saudades do nosso namorinho de infância. E fora assim que ele arrancou minha primeira risada da noite, logo falou cantadas idiotas demais que eu me recordo até hoje, ele já havia me conquistado e não tinha mais como voltar atrás. Nosso primeiro beijo, de verdade, fora naquela festa, em um lugar escuro e eu posso jurar que desde aquele momento eu o amei e senti que ele me amou também.

Poderia falar que sabemos quando nós sabemos quem é a pessoa certa para passar o resto da nossa vida mas não o farei. Eu sempre soube que ele, de longe, era a pessoa mais errada para mim e não nego isso.
Talvez tenha sido isso. Talvez tenha sido as bebidas, ou as cantadas dele, ou até mesmo o jeito que ele me perseguia para conseguir outros beijos ao decorrer daquele mês. E claro, eu o dei milhares de outros beijos.

Finn Wolfhard me fez enxergar algo à mais em minha vida. Ele era o lápis de cor em minha vida preta e branca.
E isso soa tão clichê que eu posso até vomitar, mas eu não posso fazer nada... É o que esse tal amor faz com a gente.

Todos os meus amigos namoravam e viviam falando sobre isso, sobre o quão lindo o amor era. E eu, obviamente, revirava os olhos. Até eu o conhecer e então, comecei a me juntar à essa conversa, sorrindo abobalhada.

Finn me fez aceitar a vida plenamente do jeitinho que ela é. Nunca fui a melhor pessoa para se olhar no espelho e falar "uau" para mim mesma, até mesmo quando eu tinha as minhas melhores amigas gritando ao meu ouvido o quão linda eu sou.
Eu só não conseguia me ver como uma pessoa bonita, não importa o quanto eu me arrumasse. Aceitação nunca participara de meu vocabulário e não havia coisa mais triste que aquilo para mim.

Nunca pensei que alguém iria me querer, me desejar ou falar aquelas três palavrinhas emocionantes olhando em meus olhos. Sempre pensei o quão desprezível eu era o suficiente para sequer chegar perto de alguém pensando em algum outro sentido além de amizade. Na verdade, até para fazer amigos eu era um lixo. Era só chegar alguém novo e eu virava a cara, pensavam que eu era esnobe mas eu apenas tinha medo.
Medo de algo que nem eu mesmo tinha ideia.

Finn era a pessoa mais sociável que eu tive o prazer de conhecer, aquilo me divertia de certa forma. Ver ele se esforçar para ser amigo de alguém, eu amava aquilo.

Como dito antes, aceitação não era meu forte. Até eu conhecer Finn. Ele sempre me enchia de elogios, até mesmo quando eu acordo com o cabelo igual à um ninho de pássaros. Me consolava quando me via chorando por causa da minha aparência, o que era bem frequente, me abraçava e me fazia rir e até mesmo, cancelava as festas e as reuniões de amigos para ficar comigo.

O tempo passava e o meu amor só aumentava, felizmente sendo muito bem retribuído. Meu amor próprio também aumentou tanto, o que era incrível!

Um relacionamento é baseado no amor e na confiança. E isso até sobrava de mim e de Finn. Confiava em meu menino até mesmo de olhos fechados e nunca me arrependi disso. O meu garoto era a minha maior conquista, o meu maior tesouro, pra mim ele significa o mundo e até mais. Tudo em mim se baseava nele e a mesma coisa para ele.

Eu nunca, em momento algum, pensei que tudo aquilo, os beijos roubados, os abraços por trás, o carinho, as puxadas em minhas bochechas e tudo mais iria se acabar com uma simples ligação da minha amiga, Sadie. Eu tinha acabado de chegar em casa e até mesmo estranhei quando Finn ainda não tinha chegado, já que ele havia me mandando uma mensagem mais cedo falando que viria.

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