After The Accident | Shivley [CONCLUÍDA]

I

Leia as notas finais...

— Bom dia! — acordo pelo balanço da cama e com o peso em cima de mim.

— Mas que porr... — praticamente grito, mas ele põe a mão na minha boca me impedindo de terminar a frase.

— Olha a boca. — abro os olhos e vejo Bailey por cima de mim. —Levanta logo, a gente tem que ir trabalhar.

— Que merda, e precisava me acordar assim?!

— Claro, não podemos nos atrasar, você sabe que os empregados idiotas do vovô contariam para ele e não iria ser muito legal.

— Mas que saco, foda-se ele, o vovô está na Austrália, bem longe daqui, e eu tenho vinte e um anos, sou independente, qual o máximo que ele pode fazer? Cortar minha mesada? Ah, me poupe. — digo irônica, enquanto ele continuava por cima de mim, me olhando atentamente.

— Ok, eu já entendi. — ele deita ao meu lado. — Mas nós somos responsáveis e não vamos nos atrasar.

Antes do acidente, os pais de Bailey eram os donos da empresa e os meus eram o braço direito deles, minha mãe era irmã da mãe dele.
Nós sempre tivemos direito a uma vida boa e acesso a tudo o que queríamos. Bay é meu melhor amigo desde de que éramos crianças, e após a morte dos nossos pais, o principal apoio que tive foi o dele e vice versa.

Depois do acidente o vovô assumiu o controle de tudo, literelmente tudo, inclusive das nossas vidas. Nossa família era minúscula, a parte que não tinha sumido pelo mundo havia morrido, e só nos restara o vovô. Richard Cabello é um homem duro, apesar de não ter más intenções ele conseguiu infernizar nossas vidas, os primeiros anos foram terríveis. Ele nunca foi uma figura familiar presente, cuidar de nós após a morte de nossos pais foi mais uma obrigação.

Ele era nosso avô por parte de mãe. Nossas mães - minha e de Bailey - eram irmãs

Nós dois acabamos indo morar juntos, vovô deu um carro para cada um de nós e uma cobertura. De início parece bom, isso se Bailey não estivesse afundando com seus próprios demônios e se Richard não fosse tão possessivo.

Éramos apenas dois adolescentes perdidos, e sem apoio familiar, com um avô controlador. Mas eu diria que o mais difícil foi lidar com Bailey. Tudo que aconteceu o afetou muito, por dois anos, e quando as coisas melhoraram e Bailey se estabilizou psicologicamente ele fez uma promessa a si mesmo: orgulhar Richard tanto quanto gostaria de ter orgulhado seus pais.

Atualmente Bailey gerencia a Cabello's Company de Nova York, enquanto vovô administra todo o resto de forma geral, na Austrália.

Vovô é um homem homem controlador, machista e possessivo, por isso nós nunca nos damos bem, e porque eu sempre o desafiava indo contra suas ordens, diferente de Bailey, que era obviamente o neto preferido, por fazer tudo o que Richard desejava.

Quando começamos a trabalhar na empresa as coisas começaram de fato a realmente melhorar, serviu como distração para Bailey, e nós fizemos amigos incríveis.

***

O elevador se abre e damos de cara com Kelsey, a sombra do vovô, ela trabalha na empresa há dez anos e ele confia muito nela, a mulher é insuportável. É uma morena peituda, alta e magra, deve ter uns trinta e poucos anos, acredito que perto dos quarenta, mas ainda muito bonita.