Capítulo 13

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Os dois se olharam por alguns segundos, era como se fosse um encontro que não acontecia há anos, mas na verdade não tinha se passado nem mesmo dois meses. Tantas coisas para serem ditas, mas não podia, não naquele momento, não depois de tudo que aconteceu. Kyungsoo abriu um pequeno sorriso, feliz por saber que o garoto cumpriu a sua promessa, mesmo que não tivesse sido do jeito que ele imaginou. Jongin sorriu de volta, dando mais alguns passos na direção do mais velho, quebrando a pouca distância que os separava. 

— Parabéns pela sua formatura, Soo — Mesmo depois de meses, aquelas três palavras foram o suficiente para fazer com que o recém formado se arrepiasse e não era por conta do frio. 

— Obrigado Nini — Por um momento, apenas um momento, o moreno permitiu-se sonhar que as coisas eram como há meses atrás, quando Kyungsoo o chamava pelo apelido fofo, quando ainda eram namorados. 

— É para você — Depois de se recuperar do pequeno devaneio que o acometeu, o músico acabou entregando uma singela rosa para o mais velho, o qual ficou muito feliz com o presente, um sorriso largo se formava nos lábios do proprietário da Golden Disc, mas não era apenas pela rosa. 

[...]

Sentados no banco em que um dia estavam quando ainda eram namorados, olhavam para o lago que tinham bem em frente de onde estavam. Tinham muitas memórias daquele local, contudo, naquele momento, nada daquilo importava, tudo ficou para trás e trazer as memórias de volta para nada serviria a não ser causar mais dor. Kyungsoo ainda sofria com o frio, percebendo o desconforto, Jongin retirou seu sobretudo preto e colocou sobre o mais velho, era quente, confortável e tinha o seu cheiro, Soo pode perceber isso, poderia ficar ali para sempre, pois se sentia protegido.

— Você vai ficar com frio 

— Tudo bem, acho que ainda estou bem agasalhado — O mais novo olhou para as próprias roupas, contudo, Soo não deu atenção ao que tinha sido falado, se aproximando do moreno o máximo que pôde, deixando o corpo de ambos grudados, pegou a mão dele e a enfiou dentro do bolso do sobretudo, junto com a sua. 

Naquele momento nada importou para Kyungsoo, nem que pudesse aparecer algum fotógrafo ali e capturar aquele momento e sua vida voltasse a ser um inferno. Ele estava preocupado com o mais novo e esse sempre foi o seu ponto fulcral, o bem estar do moreno. Podia sentir seu coração batendo mais rápido apenas com o toque caloroso dos dedos de Jongin, mas não deixou o nervosismo no corpo transparecer. Os dois se encaravam, o músico surpreso pela atitude que D.O tinha tomado, por muito tempo pensou que talvez o garoto o odiasse e não o culparia se ele fizesse isso. 

— Então, como anda a sua vida? — O silêncio finalmente foi rompido, trazendo ambos para de volta ao que estava acontecendo ali, naquele momento.

— Eu deveria estar em New York agora, na verdade, para todos os efeitos eu estou lá, é por isso que nenhum fotógrafo apareceu por aqui ainda 

— O que você fez? — O mais velho perguntou, chocado. 

— Eu vim para cá sem ninguém saber, foi fácil. Acaba se tornando fácil quando se tem ajuda e o disfarce certo. 

— Então é por isso que ainda não estamos cercados por abutres com suas câmeras super caras, certo? 

— Exatamente — Apesar de todas as memórias que aquelas palavras podiam desencadear, os dois riram — Desculpa não ter podido dançar com você — A risada ao pouco foi se esvaindo, ambos se encaravam de forma séria agora, seus olhares clamando por algo que há semanas não existia mais. 

— Ainda podemos dançar — Kyungsoo se levantou abruptamente, mas antes tirou gentilmente a mão do moreno do bolso do sobretudo. Ficou parado em sua frente, apenas para que pudesse  lhe estender a mão em um pedido implícito.

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