.cap2.

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.just like broken glass to me. 

Mais uma manhã se iniciava. O sol nascia envergonhado através das nuvens cinzentas que ainda rondavam o céu, como lembrança da tormenta da noite anterior. 

As ruas, ainda úmidas, já estavam lotadas de pessoas zanzando de um lado para o outro, prontas para mais um dias de trabalho. 

Brendon desligou o despertador que apitava incessantemente. Virou seu corpo na cama e enfiou o rosto entre os travesseiros macios – com alguns pelos pretos, mas nada de muito anormal para donos de gatos. Mesmo que já tivesse desligado o aparelho que apitava, seu segundo despertador não o permitiu pregar os olhos novamente. Morte, sentada em cima do travesseiro em frente ao seu rosto, usava suas patinha felpudas para cutucar o rosto de seu dono, o olhando como se o mandasse levantar instantaneamente. Afinal, seu pratinho de comida não iria se encher sozinho. 

Com um breve suspiro, Urie levou as mãos até o rosto, esfregando os olhos e a testa, puxando as sobrancelhas para cima, até os olhos revirarem, com apenas o branco a mostra. Soltou a pele e fungou o nariz, para em seguida olhar sua , que o fitava profundamente. Bocejou uma vez e suspirou novamente. Com pesar, procurou as pantufas com os pés, calçando em seguida. Apoiou as mãos nas laterais de seu corpo e empurrou, para enfim se pôr em pé. 

Agora era oficial. Mais um dia cansativo de trabalho. 

[...] 

Batucava seus dedos contra o couro negro do volante em sincronia com a batida da música. Seus olhos corriam pela rua, onde poucos carros e pessoas transitavam. 

Aquele era um bairro calmo, o qual ostentava grandes casarões antigos, cafés temáticos e, na rua em que estava, um grande parque com árvores altas e bem cuidadas, grama aparada e até mesmo um laguinho com patinhos amarelos. Era um bom bairro para se viver junto da família. Pena que Brendon não se dava bem com a sua e ainda não conseguira alguém para começar a própria. Triste e dura vida de solteiro. 

— Acho que esse semáforo não entendeu que a ideia é mudar do vermelho 'pro verde, do verde pro amarelo, e quem sabe adicionar um azul e um roxo e virar a bandeira gay... — bufou. Levou seu olhar para o parque ao lado, a esperar pela permissão para avançar seu caminho. 

Caminhando ali, havia um garoto. Ou melhor, um homem... Ou seria um garoto? Brendon estava realmente confuso. As roupas pretas e elegantes não combinavam com o rosto infantil e jovial que aquele indivíduo possuía. 

Observou cada detalhe do rosto e do corpo daquele homem como extremo fascínio, e observaria por mais tempo, não fosse o som da buzina atrás de si, o arrancando de seu total transe. Maldito semáforo que fora abrir logo agora! 

Desperto de seus pensamentos, seguiu seu caminho, rumo ao hospital. 

.just like broken glass to me. 

Mais uma semana havia ido embora; dolorosamente lenta, diga-se de passagem. 

O sábado que se iniciava frio, mas ensolarado, era o único dia na semana em que Brendon não tinha de ir trabalhar; Geoff séria o médico geral de plantão nesse dia. 

O relógio digital no criado mudo ao lado de sua cama indicava 10:00 AM quando Urie se levantou. Morte o acompanhou, levantando de seu ninho feito no travesseiro ao lado. 

— Acordei mais cedo do que eu esperava, —  comentou com a gata enquanto esfregava o rosto em frente ao guarda roupas. — será que é um sinal de que algo vai acontecer? 

Morte olhou-o profundamente antes de miar e entortar o pescoço para o lado, como se o quisesse fitar de outro ângulo. Brendon imitou-a e soltou um miado em resposta. 

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⏰ Última atualização: Mar 11, 2020 ⏰

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