PRÓLOGO

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SEM BETAGEM

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16 de Março, 1723
Caribe, Mar do Caribe

O vento gelado da noite fria e assombrosa. O barulho do mar soando alto enquanto batia forte ao navio. As peles arrepiadas e os dentes trêmulos que batiam um no outro.

Mas seria pelo frio? Ou seria pelo homem cujo o coração nunca habitou o mesmo corpo, que estava neste momento afundado nos próprios sonhos em um sono sereno.

Os tripulantes aquecidos apenas por um lampião acesso aberto para irradiar um calor qualquer para um pouco mais de conforto.

Os piratas estavam em um circulo no subsolo do navio, todos se encaravam com medo, até demais.

Assim que o horário do toque de recolher chegou, quando o sol partia para dar lugar a lua e esta chegava ao seu ponto mais alto. Os piratas de confiança de Jeon mandavam todos para dentro para dormirem, enquanto apenas dois ficavam para coordenar a viagem e se manter alerta.

Os guardas conferiram os de batente menor e foram para suas acomodações.

Bem, eles acharam os piratas estavam dormindo.

A verdade é que estavam todos tramando um motim* já fazia uma semana. Desde a passada de Jeon na última baía de Porto Rico roubando tudo que via pela frente, os piratas alguns até prisioneiros de outros barcos, estavam recolhendo as armas dos soldados e piratas mortos em batalhas e deixando escondidas o suficiente para que os superiores não vissem.

Todos estavam prontos para tomar o navio de um dos piratas mais temidos dos 7 mares, marujo nenhum em sã consciência faria isso.

Porém, dessa vez era certeza a vitória perante o capitão.

— Vamos, amigos! O capitão Jeon tem metade da minha idade, eu sou muito mais experiente do que aquele pirralho, devemos atacar hoje, conseguimos armas para todos — Dizia Chung-ho querendo encorajar a todos. Não gostavam do tratamento que Jeon dava-lhes enquanto para os que estavam a mais tempo com o capitão ou até cresceram com ele. Ele obtinham até um quarto para dormirem naquele navio imenso.

Não era justo viverem como ratos.

Não que houvesse muitos motivos de Jeon lhe dar um tratamento adequado, vendo que muitos estavam ali apenas porquê Jeon lhes poupou a vida e outros apenas tiveram o azar de aparecerem para fazer parte do navio do capitão nas cidades que ele escolhia destruir.

Ele vinha, escolhia seus marujos, tirava todos de lá e depois a cidade deixava de existir como era antes. Tudo era saqueado e derrubado.

Jeon via esses como infiéis, pois era evidente a raiva que ficavam dele depois, ele dizia que de certo modo poupou a vida deles também e que não seriam diferentes dos prisioneiros.

Não era justo, mas a vida nunca foi e nunca será justo para nenhum pirata. E nenhum pirata será justo com ela.

— E-Eu não tenho certeza... — Disse o mais novo da turma, ele havia acabado de chegar ao navio, este mesmo recebendo os mesmos tratamentos do capitão, não despertava sua fúria. Bem no fundo, Jeon sabia que era porquê ele lhe lembrava de Heejin e Soobin. Este havia sido obrigado a participar daquela revolta pelos companheiros.

— Não seja medroso! — Outro solta pirata solta durante a conversa fazendo o mais novo se encolher.

— Chung... — Chung se vira para o amigo quando este lhe puxa para sussurrar em seu ouvido — Se algo der errado, vamos colocar a culpa no garoto? — Sussurra Daniel para o amigo que assente rindo maldoso discretamente.

Treasure; jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora