capítulo 3

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Por outro lado da história os Dhampirs achavam que o estado conseguiria lucrar muito mais com a miséria dos vampiros, assim também pensava Sam Elsing.
  Ele sabia que todos os Dhampirs precisavam de sangue para sobreviver, mas a quantidade era ínfima em comparação à dos vampiros, uma dose de sangue deixava-os satisfeitos durante semanas e até meses.
  Sam Elsing era uma pessoa alegre, tinha olhos vermelhos e cabelo curto e negro, costumava vestir um casaco castanho de estilo pirata pois ele tinha uma pequena obsessão por piratas que nunca ninguém entendeu, costumava vestir
umas calças de ganga apertadas e camisolas coloridas.
   Ele escondia o seu ódio pela humanidade por causa do seu passado mas fingia que nada disso o afetava. Ele descendia de famílias pobres e como todos já sabemos os Dhampirs são descendentes de vampiros e humanos e no caso de Sam não era diferente, contudo, num mundo destes, os pobres são os primeiros a ser eliminados e então viu o seu pai a definhar à sua frente por não conseguir pagar os preços chorudos do sangue, usando as poucas economias que tinha para alimentar o seu filho.
   Vocês devem estar a perguntar-se, porque é que ele não se alimentou do sangue da sua esposa?
   Porque num mundo de ganância, torna-se crime beber sangue que não tenha sido vendido num lugar de venda autorizada, assim morder um humano ou extrair sangue de um para consumo de vampiros é considerado um crime para estes, pois são considerados uma raça ameaçadora e como tal são eles que sofrem as consequências.
   Apesar de não querer alimentar-se do sangue da sua esposa ele não teve outra escolha  e mesmo ela não o queria perder por isso deixou-o mordê-la, este bebeu o suficiente para se recuperar tendo o cuidado de não a matar no processo.  Poucos dias depois as autoridades descobriram e mataram-no usando uma estaca de madeira cravada no coração, tudo isto se passou à frente de Sam que tinha apenas dez anos na altura, tinham acabado de sair de casa para jantar fora, quando foram surpreendidos pelas autoridades que da mesma forma que apareceram, após o seu acto homicida desapareceram com a mesma rapidez.
   Assim, Sam cresceu com ódio a humanos e vampiros, para ele são duas raças fracas que deviam ser extintas do mundo, só sobrando Dhampirs, uma raça superior que juntava o que humanos e vampiros tinham de melhor, uma raça forte e resistente.
   - Como assim? O preço está tão elevado!
   - Com os únicos trabalhos que podemos usufruir não podemos pagar esse preço!
   Ouvia Sam do outro lado da rua da Bloodstable enquanto fazia uma pequena pausa sentado num banco de jardim mesmo em frente à loja.
   Àquela hora era normal ver todo o tipo de humanos e vampiros a circular nas ruas, era comum naquele horário ver pessoas a deslocarem-se ao BloodSeduction, um bar ali perto  que estava quase a ponto de abrir, via os empregados a passar por si, já conhecia a rotina deles todos. Principalmente da empregada do bar que costumava passar sempre de cabeça baixa com uma camisola negra com um capuz enfiado na cabeça, sabia que ela dava uns valentes shows no bar deixando todos homens de queixo caído.
   - Bem isso não me importa. - Exclamou ele dando um salto para se levantar, removeu o cigarro que tinha na boca e atirou para o caixote do lixo.
   - Três pontos! - Comemora ele a sua maravilhosa pontaria.
   Ele trabalhava como segurança em uma das mais perigosas discotecas na BloodRave, outro local que sofria de falta de criatividade no nome, desde que tinham aparecido os vampiros tudo continha Blood no nome.
   Era uma discoteca conhecida por haver sempre grandes confusões inter-raciais, acabava sempre a noite a pisar o olho a alguém mesmo sem querer, a bebida subia demasiado à cabeça daqueles personagens que se consideravam os melhores só porque as mãezinhas lhes diziam que sim, quando não armavam confusão porque tinham interesse na mesma mulher e começavam à facada lá dentro, o que lhe valia é que em casos como estes ele estava armado e tinha autorização para disparar e até matar se não tivesse outra hipótese, mas nunca foi necessário chegar a isso pois como todos os Dhampires ele tinha força e habilidade.
   Ele considerava-se o Dhampir mais forte da região, desde a morte do seu pai que ele se tinha dedicado ao exercício físico, dedicando-se ao ginásio e cultivando o corpo, para se tornar forte e proteger todos os que ele gostava.
   Tornou-se um dos seguranças mais temidos que a discoteca de má fama tinha, gostava de sentir que todos eram impotentes perante si, ninguém lhe fazia frente.
   Mesmo assim ele sentia-se desapontado por todos os dias haver desacatos naquela discoteca, nunca havia um dia calmo, todos os dias sujava as mãos e isso o deixava enfurecido. Não via sentido em toda a humanidade ser assim.
   - Porque não viver em harmonia e paz? - Pensava ele em voz baixa.
   Ele começara a fumar recentemente e isso ajudava-o a acalmar a visão dele sobre o mundo.
   Ele odiava ter que ver sempre confusões a toda a hora e em todo o lugar, ele não conseguia viver mais naquilo.
  Ver a sua mãe matando-se a trabalhar para ter o mínimo e mesmo assim o ordenado dele não chegava ao mínimo. Como os vampiros, os Dhampirs também por norma tinham empregos que mais ninguém queria o que os deixava no precipício muitas vezes.
   Ele queria melhorar a sua vida, queria dar uma nova oportunidade de uma boa vida aos Dhampirs.
   Mas para isso tudo o que precisava era de riqueza.

O Preço Do SangueWhere stories live. Discover now