Gigi 37

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Três semanas depois...
—eu vou tomar um banho
—olha que coisa! Eu também ia!— Alex fala se sentando na cama cama. Minha barriga ja estava grandinha, por isso eu estava com a blusa do Alex porque as minhas ja não cabiam mais
—toma um banho depois de mim?— eu pergunto fazendo biquinho me sentando em cima dele
—posso— falou baixo fazendo biquinho também. Eu riu e aperto os lábios dele dando uma mordida ali
—eu marquei de sair com a James pra comprar umas roupas porque a minha barriga esta enorme— falei colocando a mão na minha barriga. Ele afirma triste— não faz essa cara
—se eu fizer você fica aqui comigo?
—hummm não. Mas de noite eu fico aqui com você é faço o que você quiser
—o que eu quiser?— pergunta e eu afirmo sorrindo— mas você sabe que pode usar as minhas roupas né?
—sei...— falei e ele me deita do lado dele
—deixa eu falar— ele fala e levanta a blusa, ele se deita do meu lado e bota a mão na minha barriga— oh ai de dentro!— ele fala baixinho e eu riu— aproveita o seu dia com a mamãe, que de noite eu aproveito pode ser?— eu riu e aliso os cabelos dele
—vou tomar um banho— falei me levantando. Ele se deita com a cabeça no travesseiro e eu entro no banheiro, começo a tomar um banho quando tiro o condicionador do cabelo sinto alguma coisa escorrendo la de baixo. Eu olho pro chão onde a agua esta vermelha, eu arregalo os olhos ficando em choque
—ALEX! ALEX CORRE AQUI DENTRO!— eu grito e na mesa hora a porta é aberta— eu to sangrando!— ele pega uma toalha e abre o Box fechando a água e me enrolando na toalha— o que está acontecendo?!— pergunto ja chorando
—eu não sei minha linda— ele falou me secando— vamos pro hospital certo?— eu afirmo saimos do banheiro e eu tento me vestir, o Alex percebe o quanto eu estou tremendo e me ajuda a me vestir— vai ficar tudo bem...se acalma— eu não consigo fazer o que ele pede, quando saimos do quarto sinto uma coisa escorrendo pela minha perna
—ta sangrando mais— eu falo chorando e segurando o braço dele quando sinto uma dor forte— meu deus esta doendo Alex!— ele parece agoniado, ele se abaixa e me carrega pelas escadas
—o que foi?
—vamos pro hospital— ele fala e sai pela porta, ele me bota no banco do passageiro e sai correndo pro banco do motorista durante o resto do trajeto eu apenas sangro, não sinto mais dor
—Alex eu vou melar o seu carro...
—eu to pouco me fudendo pro carro— ele fala acelerando o motor. Chegamos rapidamente no hospital, eu consigo descer do carro sozinha mas o Alex faz questão de me ajudar. Quando nos colocam em um quartinho para esperar o medico eu olho pro Alex
—liga pro meu pai por favor...— ele afirma— chama os oito...eu quero todos eles aqui, mesmo não sendo nada— ele afirma e me da um beijo na minha testa se virando e fazendo ligações. Eu ja tinha feito alguns exames, o medico ja tinha me examinado estávamos apenas esperando o medico
—os resultados chegaram— o medico fala entrando pela porta
—eles ja estão chegando, estavam na cidade iam fazer uma surpresa— Alex fala e eu afirmo segurando a mão dele— o que aconteceu com ela?
—você é o pai?
—sim— eu respondo antes que ele possa responder. Alex beija a minha mão e afirma
—com certeza quando vocês vieram fazer o exame de sangue o medico que atendeu vocês falou que haviam riscos nos três primeiro meses de gravidez— nos dois afirmamos— infelizmente, você teve um aborto espontâneo e...— eu não consigo escutar mais o que ele fala, meus olhos estão arregalados e nada ao meu redor importa mais. Aborto espontâneo. Eu não sinto nada, não sinto tristeza medo raiva felicidade ansiedade nada! Não consigo sentir porcaria nem uma! Eu apenas consigo ver a boca do medico se mechando, quando eu olho pro Alex ele esta chocado sem enter nada do mesmo jeito que eu.
—Gigi— escuto uma voz distante— Gigi— outra vez. Não é nem o Alex nem o medico que estão falando— Gigi!— olho pra porta onde meu pai esta espantando. Eu me sento na cama e me levanto sem saber bem o que estou fazendo ainda, eu vou pra porta e vejo que o Alex ainda estava sentado na cadeira olhando pro medico
—com licença— ele fala e estava prestes a sair pela porta
—não pera ai...o que aconteceu?— meu pai pergunta. Os oito olham pro medico esperando a resposta, ele me olha e eu falo
—ele morreu— respondo e respeito fundo— meu filho morreu— eu ainda não sei bem o que estou sentindo, so sei que quando eu falo isso oito bocas se abrem pra minha direção e tem oito caras espantadas, oito pares de olhos cheios de lagrimas
—Gigi você esta bem?
—ela esta muito pálida
—minha nossa...porque isso aconteceu?
—alguem pega um copo de agua pra ela
—Gigi
—Gigi
—Gigi responde se você estiver bem
—respira fundo amor
—fica calma filha vai ficar tudo bem— essa é a última e tudo vem a tona, parece que a realidade me deu um murro na cara agora porque eu desabo. Caiu no chão chorando horrores. Sinto varias mãos no meu corpo tentando me segurar, mas não adianta mais, tudo ja aconteceu...nada importa mais. Quando eu abro os olhos apenas consigo ver o Alex e o meu pai me olhando com os olhos cheios de lagrimas
—filha...filha você vai ficar bem, vamos superar isso juntos
—não— eu falo ainda chorando— porque tudo isso acontece so comigo?! Porque o meu filho tinha que morrer?!— com essa pergunta meu pai se levanta e vira de costas pra mim puxando os cabelos com força— porque Alex?— eu pergunto baixo e ele me abraço forte. Eu preciso de mais disso, eu preciso de um abraço forte que dure o resto da minha vida, um abraço que quando eu quiser eu posso ter, que eu me sinta segura nos braços da pessoa...eu preciso do abraço do meu filho.
—Amor calma— minha mãe fala chorando pro meu pai. Quando ele se vira pra mim de novo suas bochechas estão cheias de lagrimas— você precisa se acalmar porque ela precisa de você agora— eu afirmo e ele me olha
—eu não consigo olhar pra ela sem desabar— ele fala e eu nego
—desaba com ela!— minha mãe fala e me abraço com força, logo em seguida sinto os braços do meu pai me apertando.
—cade os gêmeos?— eu pergunto quando paro um pouco de chorar
—aqui— duas vozes falam e eu olho pra eles encolhidos atras do tio Dean
—me abracem por favor— eu peço e assim eles fazer. Eu abraço ele por um tempo indeterminado. Eu consegui me acalmar um pouco apenas pensando que ele ainda esta dentro de mim, que eu ainda vou ver o rostinho do meu filho. Mas quando eu abraço o tio Dean eu percebo que eu nunca vou ver o rosto dele, que ele nunca vai poder me abraçar.
—eu não to bem
—eu sei minha linda...
—não é serio eu acho que vou...— preto. Tudo fica preto, escuto gritos e mais nada. Escuridão. É o que sinto agora.

Os oitoOnde histórias criam vida. Descubra agora