03. ALGO NOVO

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SAMANTHA

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SAMANTHA

Era muito bom conversar com o Dr. Vedder, certamente ele era o único que sabia de todos meus medos e frustrações, de tudo que passei nos últimos anos. Nem para Russell, que era como um pai, contei certas coisas, não queria me expor a detalhes, além de não querer dividir com todos o que eu pensava de minha vida e de meus objetivos, aquilo só interessavam a mim.

— Russ, hoje à tarde estarei disponível, caso queira chamar seu amigo para conversarmos. — Eu disse olhando para fora da janela do carro.

As avenidas largas e a visão das pessoas vagando despreocupadas e alegres devido ao clima e ao estilo de vida de cada um me causou um pouco de inveja. Queria poder caminhar despreocupada, sem medo, gostaria de ter a vida delas, ser independente... Mesmo tendo todo o dinheiro que herdei, mesmo tendo minha formação em Direito e Política Internacional e não poder exercer no momento por vários fatores, eu não tinha minha liberdade garantida para sair depois que George foi assassinado. Sim, ele foi assassinado e nada vai tirar isso da minha cabeça. Eu precisava avisar o local que eu visitaria ou compromissos que deveria comparecer para que fosse feito todo o esquema de segurança, precisava de tantos seguranças quanto meu marido usava. Não era fácil ter aquela vida. Poucas pessoas frequentavam a minha rotina e raramente recebia visitas, já que me afastei do círculo social que meu marido frequentava por razões óbvias. Como disse Russell, só George para ter paciência comigo, mas também apenas ele entendia realmente os meus motivos. Todos eles.

— Irei ligar para ele marcando o horário.

— Diga que não admito atrasos.

— Ah, vocês vão mesmo se adorar. — Russ comentou quase divagando com um risinho e revirei os olhos.

Continuei minha divagação sobre a monotonia de minha vida nesses últimos meses até a volta para casa. Os grandes portões abriram sempre com o cuidado do segurança da portaria, ele olharia se tudo estava certo com o segurança dentro do carro e minha respiração faltou um pouco ao pensar até quando eu seria quase como uma prisioneira na minha própria casa.

— A polícia não tem ainda resposta sobre o assassino, Russ? — perguntei entrando na casa sendo acompanhada e seguida por ele. Subimos as grandes escadas para os andares superiores.

— Não, Sam... Eles ainda não disseram muita coisa, estão analisando todos os casos que ele julgou, pode ter relação com a execução dele — explicou. — Você conhecia o George, ele julgou muitos casos, condenou muita gente poderosa. A lista de suspeitos ainda é maior que o meu braço.

— Sim... Entendo. Faz sentido.

Coloquei minha mão no corrimão, procurando um pouco de equilíbrio. Falar daquilo fazia sentir como se não fosse real, como se não fosse de George que estivéssemos falando. Um ano e eu ainda sentia como se fosse encontrá-lo lá em cima em seu escritório pessoal trabalhando, escrevendo algum artigo ou estudo.

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