[MÚSUCA DO TÍTULO - THE CITY (ED SHEERAN)]
"Liam e Josh, por favor, não esqueçam que, já que são os únicos em casa, deverão mantê-la limpa. Hoje chega o Harry, não queremos expulsá-lo daqui, nem que ele fuja. Lembrem-se que sem ele todos vocês pagaremos R$30,00 a mais na mensalidade do Britanic. Não ligo que o campeonato de videogame seja hoje. Então, cooperem. Quero que você lave o banheiro, Josh, já que o Liam ainda está em repouso.
E tirem as embalagens desgraçadas de salgadinho debaixo do sofá. E quanto ao Louis: NÃO CHEGUE TARDE.
Frase do dia: “O destino, como os dramaturgos, não anuncia as peripécias nem o desfecho.”
— Tia Patty.
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9 HORAS E ALGUNS MINUTOS ANTES DA SURPRESA.
— Eu quero mais detalhes — sentado no banco, na frente do balcão largo e ainda vazio, ordenou Niall, esperando seu rotineiro sanduíche matinal. Como sempre, com olhos arregalados e cheios de expectativas para qualquer história.
— Foi só isso, nós ficamos. Você não sabe como os beijos são? — do outro lado do balcão, esquentando o queijo na chapa e vestido com a farda verde coberta por mini águas de coco, Zayn se intimidou um pouco. O que fez com que Niall espremesse os olhos, daquele jeito de quem não acredita no que a gente diz e 'tá esperando a gente varrer de volta o que colocou embaixo do tapete. Mas, Zayn só se deu conta desses olhinhos clandestinos quando virou com o sanduíche pronto.
E, claro, adorava o som do prato estralando no mármore do balcão. Seus sanduíches eram, de longe, os melhores da cidade. Mas, só os sanduíches. Zayn não era a melhor em mais nada, não para as pessoas. Tinha ido parar — carregado pelo pensamento de “não ser bom o suficiente” — naquele distrito agitado de Londres, Soho, porque a sua nova madrasta tinha feito ele pensar que não era a melhor em nada. Isso, claro, com uma série de “Você nunca vai ser nada na vida”, “Além de gay, ainda não serve pra nada”, “Yaser… Seu filho está comendo porcaria de novo” “Por que você não vai no terapeuta?” e entre outras adoráveis coisas boas de se ouvir diariamente — pra não dizer o contrário. Trocar toda essa ladainha daquela mulher pelo encorajador “Acorda!” da Madrinha Patty era bom. E bom era o suficiente.
— Vocês se beijaram, e…? — Niall insistiu, desembrulhando o sanduíche do lençólzinho de guardanapo que Zayn sempre fazia porque achava quente demais para qualquer cliente. Inclusive um tão queimável por sanduíches como Niall.
Niall era o tipo de garoto que não importa se ele está fazendo aniversário de quarenta e seis anos, você vai dar a mão a ele pra atravessar a rua porque ele não perde essa cara de ‘Tenho 13 anos’. Mas, nem sempre era um mar de fofura como uma garotinho que precisa de ajuda pra atravessar uma rua qualquer, Niall, pelo contrário, tinha um controle de auto-proteção que sempre desligava quando o amor (envolvendo ele) era mencionado. Intercambista em Londres há meio ano, — e a melhor amigo de Zayn ao mesmo tempo —, o estrangeiro pensava que: tudo cabe na sua mala. Menos um amor a distância. Mas, isso nunca significou que não pudesse provar os mais diversos sabores britânicos.
— Não tem “E”! — Zayn franziu a testa — E que ele ficou em coma alcoólico. Que não vale só o “e”, e sim o alfabeto inteiro…
Niall se entalou com o sanduíche.
— Mo Dhia… Sério? — perguntou, ainda com a boca cheia de pão, queijo e outras delícias que a Zayn acrescenta nos sanduíches e nunca conta pra ninguém.

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Young Volcanoes
Teen FictionEm Soho — um distrito de Londres —, a terra acolhedora dos adolescentes decepcionados, todos já entraram em suas erupções internas, sendo tomados pelos sentimentos habitados dentro de si. Harry e Louis são distintos em suas personalidades e formas d...