Violette acordou confusa em uma cama de hospital. Ela agarrou os lençóis com toda a sua força, enquanto tentava desesperadamente enxergar o que tem ao seu redor. Ela suava e tremia de nervosismo, pois tudo o que havia era uma escuridão avassaladora, mesmo ela tentando abrir os olhos.
- MÃE?? PAI??
Ninguém respondeu.
Ela então se lembrou, que estava no carro com seus pais e já não lembrava mais o motivo. Se lembrou de ter escutado em barulho, como se fosse uma colisão, se lembrou de ouvir seu pai gritando e de sua mãe agarrando seu braço com força. Mas principalmente, se lembrava da dor. A dor de centanas de cacos de vidro adentrarem seus olhos, e a dor que sentiu quando seu braço se partiu em três.
Ela ficou por minutos, quase horas em silêncio na cama, tentando resgatar memórias que ela não fazia ideia de quando eram. Se sentiu assombrada por tantas vozes gritando de horror e de rostos paralisados por medo. Aqueles momentos que se passavam pela sua cabeça faziam seu acidente parecer um momento sem fim, e quase sentiu como se estivesse lá novamente.- Ah! Você acordou! Que ótimo. -disse uma voz, que parecia ter entrado no quarto há pouco.
Violette virou a cabeça para os lados, esperando conseguir ver quem falava
com ela, sem sucesso.
- Fiquei com medo de que não pudesse acordar mais! - continuou a voz - foram três meses horríveis para você, querida.Violette ainda estava intrigada, e
resolveu perguntar:- Quem é você? Onde eu estou? Cadê os meus pais? Por que eu não consigo ver nada??? - sua voz desafinou - O QUE ESTÁ ACONTECENDO???
Lydia apertou o botão para chamar o médico e arrumou os travesseiros da jovem.
- Fique calma, é só o que peço. Eu sou a enfermeira que vem cuidando de você durante seu coma, meu nome é Lydia. Você--
- COMA?? TRÊS MESES? - Violette interrompeu - CADÊ MEUS PAIS??
- É isso o que estou tentando te explicar, meu bem... - Lydia se aproximou da garota e colocou a mão em seu ombro - Violette... O seu pai, ele... - ela pausou a fala, e tomou coragem para terminar - morreu... no acidente, mas sua mãe acordou antes e já teve alta. Ela vem aqui todos os dias pra te ver...
Depois do acidente, o corpo de Violette hibernou de modo que sequer a explosão de um mundo em colapso seria capaz de fazê-la espertar de seu repouso. Mas aquela notícia terrível proferida pelos lábios de sua cuidadora fizeram seu cérebro despertar violentamente em um instante, mesmo que seu corpo não fosse capaz de acompanhar - lhe. Sua cabeça doía com a informação, seu braço imóvel pelo gesso quis se mover e cobrir sua boca afim de abafar seu choro amargurado, suas pernas dormentes quiseram se encolher em uma posição que pudesse impedi-la de ser atingida por quaisquer ente horrível que quisesse lhe machucar, e embora não sentisse nenhum movimento de seu torso, a única coisa que ainda funcionava era seu coração, que a agora se retraiu dolorido com o peso das palavras ditas à ela.
- M- Morreu?... Meu pai... M- meu pai es- está... - Violette nem terminou suas palavras, que agora se derreteram com suas lágrimas tão salgadas.
A enfermeira Lydia assistiu à garota chorando, perturbada com a notícia. Ela ficou sem ter o que dizer, apenas ficou ao lado dela, consolando-a da forma que pôde.
- Calma minha doçura, eu tenho certeza que ele te amou muito enquanto viveu.
Ela abraçou Violette cuidadosamente, enquanto acariciava seus cabelos.
"Essa sempre foi a pior parte de meu trabalho", pensou a enfermeira.[...]
Mavi e Lavender entraram no hospital até a recepção.
- Boa tarde, sou Mavi Castile, e essa é minha irmã. Queremos visitar minha filha, Violette Castile.

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See In Me What I Can't
Любовные романыViolette Castile é uma jovem de 18 anos, que após um acidente de carro, acaba por perder permanentemente sua visão. Rose Clarke, uma moça de 20 perde seu emprego no dia de seu aniversário e precisando alimentar uma irmã caçula, aceita o complicado t...