Único

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não revisado totalmente.

👑

Os empregados e demais servos do castelo estavam a todo momento trabalhando e deixando tudo perfeito para o grande evento que se aproximava daqui algumas horas. Enquanto uns se encarregavam da decoração, comidas e músicas, outros arrumavam a Família Real de Hermélia. Os Huening.

O príncipe ainda tentava processar o evento enquanto a empregada estava ajoelhada calçando os sapatos em si, passando um pano em seguida para mantê-lo limpo e brilhando. Seu pai –o Rei–, vivia em constante guerra com o Rei de Aadan. Em alguns momentos ambos se acusavam de roubo ao povo, sendo que isso tudo apenas alimentava a rivalidade que já existia há décadas.

— Isso não é de hoje, meu filho — dizia o seu pai. — Aadan e Hermélia nunca viveram em harmonia por conta de conflitos passados. Seu avô sempre me disse para não confiar no povo daquele reino, pois eles eram traiçoeiros egoístas e que lhe esfaqueavam pelas costas assim que percebiam a confiança ganhada. — ele olhava pela enorme janela do castelo seus cidadãos andando pelas estradas de Hermélia, com as mãos unidas em suas costas, em uma pose que exalava superioridade e realeza. Digno de um Rei.

Os tempos mudaram. Não concorda, Kai? — desviou seu olhar do povo para o filho que prestava atenção à todas as suas palavras, na mesma pose que o pai.

O príncipe balançou a cabeça.

— Por isso viajei para Aadan com o objetivo de pôr um fim nisso — continuou. — Foram muitos, muitos dias de conversa, até que ele finalmente aceitou. O fiz assinar um tratado que comprova nossa união e trégua. Como um belo começo, ele sugeriu um baile.

E agora Kai estava olhando seu reflexo no grande espelho disposto em seu recinto.

A roupa, apesar de ser simples aos seus olhos, para os camponeses era algo de luxo. Algo que nunca estaria ao alcance deles. E assim como a Realeza, os cidadãos se encontravam em festa também. Afinal, eles também sofriam com a briga dos reinos.

Uma festa da Realeza e outra dos súditos –planejada por eles mesmos. Perfeito. Ninguém perderá.

Ouviu três batidas na porta. E só com isso notou que a noite se aproximava, o sol adormecendo lentamente.

— Pronto, Ning? — sua irmã mais velha, Lea, perguntou.

— Sim!

Ela abriu a porta, esbanjando uma beleza surreal. Seu vestido era caído nos ombros em um amarelo quase branco, as mangas folgadas cobrindo seus braços e no pulso era enfeitado por desenhos simples. A parte de cima era apertado até a cintura, e a saia solta com enfeites que brilhavam se arrastava pelo chão e balançavam de acordo com seus passos. A maquiagem era leve, mas realçava a graciosidade de sua irmã junto de um coque perfeitamente arrumado.

— Ei, — balançou a mão em frente ao rosto do irmão — está me escutando?

— A-Ah! Me desculpe — sorriu envergonhado. — É que você está linda, irmã.

Ela deu um sorriso mínimo.

— Você também está perfeito, meu irmão — acariciou a bochecha deste. — Está igual nosso pai quando era jovem.

— Ei, não fale assim. Ele vai ser invocado no meu quarto e nos castigar por chamá-lo de velho!

Os dois riram, como cúmplices.

— Certo. Irei nos poupar desse sofrimento. — ela disse.

Lea arrumou alguns fios rebeldes de Kai, observando-o dos pés a cabeça. Arqueou uma sobrancelha e se afastou.

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