VIII

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Quando as flores murcharem

Você sabe que não aguento
me derreto só de olhar
seu doce sorisso,
seu olhos de carvalho
me fazem arrepiar.

Não precisa, mas eu gosto
de como segura minha mão
gelada, a diferença
com a sua macia.
Como se fosse
inverno e primavera.

O modo que se preocupa comigo,
quem me ama,
é tão bonito.
Como um pôr-do-sol
pintando o céu de aquarela.

E a folha alaranjada caiu
sendo carregada pelo vento,
sendo levada pelo outono.
Indo de encontro
ao amável inverno.

Quando as flores murcharem,
eu vou morrer.
Mas eu não me importo
de estar a 7 palmos do chão,
só quero que seu caixão
de carvalho e folhas secas,
repouse ao lado do meu.

E quando a primavera voltar
terá raízes nos nossos caixões.
O vento levará uma pétala
carregando nosso amor.
De estação a estação.

Margaridas e CapimOnde histórias criam vida. Descubra agora