14/11/2022 — Segunda
Leah Clearwater P.o.vNo dia em que completou dez anos, desde o fatídico dia em que saí da minha casa, de La Push, deixando tudo o que eu conhecia e amava para trás, fiz uma festa. Por simplesmente estar me sentindo tão feliz e realizada que só comemorando eu poderia expressar de maneira completa. Amava meu antigo lar, as pessoas, que de alguma forma totalmente desajustada, eram parte da minha família, porém sair, deixar aquilo para trás e seguir em frente me transformou em algo melhor e aquilo não tinha preço.
Conforme os anos iam se passando, sorrir se tornava menos difícil, as crises de risos mais frequentes e gostar das pessoas mais fácil. Me esforcei muito para conseguir tudo que possuía, trabalhei e estudei durante muito tempo conciliando as duas coisas para conseguir me formar e ter um trabalho importante, aquele com o qual meu pai sonhou para mim. Me formei em direito aos 25, minha idade real, não a que eu aparentava, esse era mais um problema que eu tinha que resolver.
Aparentemente o destino me agraciou com um botox infinito, simplesmente não envelheci um dia sequer. Aos trinta e um anos eu ainda aparentava ter dezenove, para algumas mulheres uma benção e para alguém que utiliza a identidade para tudo, um inferno. Nem mesmo parar de me transformar ajudou, o que me irritou e causou uma transformação involuntária, um caos absoluto.
Ignorando esse fato, minha vida estava perfeita. Eu tinha um trabalho incrível, em uma agência de advocacia de grande renome, fiz amigos maravilhosos que me apoiaram em todas as minhas decisões, uma família em que eu me encaixava. Então de repente, a menina que saiu de casa levando nada mais que uma mochila surrada e duas trocas de roupa, havia expandido seu mundo para um muito maior, um muito melhor.
Agora o perigo era mínimo, eu só me transformava algumas vezes por ano e quase nunca encontrava sanguessugas, não em um estado tão quente e ensolarado quanto a Flórida. Minha maior dificuldade era os exames anuais da BAR, a associação de advogados americana que pedia anualmente a renovação da habilitação para exercer a profissão, apesar de não ser muito complicado se tornava difícil voltar a cada ano com a mesma cara sem levantar suspeitas.
Eu dividia apartamento com minha melhor amiga, era grande o suficiente para nós duas e tínhamos espaço para uma sala de leitura e escritório, ambos muito bem utilizados. Conquistei um carro maravilhoso e uma moto igualmente maravilhosa.
Me encontrava perdida em meus pensamentos naquela manhã, lembrando da festa e de tudo que eu havia conquistado nos últimos anos. Levei um pequeno susto quando a notificação apitou fazendo vibrar o aparelho eletrônico na minha frente. Pisquei os olhos rapidamente retomando o foco e apoiei a tigela de leite e cereal em cima da mesa, me ajeitei melhor na cadeira encostando minhas costas e finalmente abrir o notebook para ter acesso a notificação.
Havia um e-mail na minha caixa de entrada pessoal, poucas pessoas tinham aquele endereço de e-mail o que me levou a pensar qual seria o gif de felinos que meu chefe teria me enviado agora, era uma piada interna que tínhamos com nosso chefe da empresa. Algo tolo, porém que me fazia sorrir, isso e seus flertes descarados, aos quais eu respondia com educação e leve interesse. Cliquei duas vezes para abrir e esperei com paciência, mas o remetente apareceu antes que qualquer informação.
O floco de milho, do cereal, desceu rasgando minha garganta, fazendo todo meu trato digestivo doer e queimar.
— Eu deveria ter colocado um pouco mais de leite — falo baixinho e foco em terminar de ler.
Li, reli e fiz todo o processo novamente. Acho que memorizei o convite de tanto fazer aquilo. Em uma fonte de letras bonitas e bem desenhadas estava escrito “Jacob Black e Renesmee Carlie Cullen convidam você para a cerimônia de casamento a ser realizada na casa de campo da família Cullen, em Forks, Washington.” Data e horário seguiam abaixo com mais algumas informações. Mas aquilo era o bastante para o baque do tempo socar minha cara.
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O Destino Da Loba (EM REVISÃO)
VampireLeah Clearwater, cansada da própria vida decidiu retomar as rédeas do destino. Anos depois ela deve encarar de uma vez, tudo o que deixou para trás.