Crystal Legacy (ROM 2)

2. Aggravanting

  — É f, frio aqui... — Disse um garoto coberto por agasalhos enquanto caminhava num ambiente nevado.

  — Tá brincando? Fora daqui que é muito quente! — Afirmou, pelo seu ponto de vista, Crysle.

  Eles estavam caminhando por um deserto gelado. Por mais que estivesse na zona temperada, não estavam nem perto dos polos do planeta. Era um local mais elevado do que os outros, mas não era tão elevado para que fosse tão frio como era.

  — F, falta muito...? - Kate se dirigiu à Lest, a mais quieta durante a viagem.

  — Estamos quase. Quando chegarmos, vocês saberão... a árvore é inconfundível e visível de muito longe, mesmo esses morros atrapalhando.

  — Se não me engano, a árvore possuía flores com pétalas azuis e um tronco grosso, próximo dele, por incrível que pareça, passava um riacho com água potável que atraia animais e aves. É isso, não é, Lest? — Crysle descrevera a árvore para os outros.

  — Infelizmente... Não. Aquela árvore já fora assim outrora, porém, desde que fomos, de certa forma dominados pela Comandante da Bruxa, fomos proibidos de sair do subterrâneo. O gelo ao redor da árvore, por ter sido mal cuidado, se expandiu e congelou o caule da mesma. — Explicou a atual situação da única flora restante, o que não era nada muito bom.

  — Então... Se é só uma árvore morta agora, como ainda é inconfundível? — Perguntou Neptune.

  — Ao contrário. Alguns estudiosos deram uma de curiosos e descobriram que a árvore não está morta. Apenas congelada. Isso impossibilita ela de dar flores, o riacho que falei antes também foi congelado. É como se, com o tempo, o gelo fosse expandindo mais e mais...

  — Se vocês foram proibidos de sair, como você está aqui fora...? — Nikolas perguntou, percebendo que estavam praticamente interrogando Lest.

  — Lembra da resistência "Os Encapuzados" que falei no quarto de vocês? Claramente eu faço parte dela. Temos... Nossos meios de contornar as leis monarquicas-controladoras... Escavamos nossos próprios túneis para sair do subterrâneo, mesmo correndo grandes riscos... — Lest explicou, adicionando mais uma coisa no final que cessou a curiosidade dos outros, fazendo eles perceberem o pequeno interrogatório que criaram. — Mais alguma pergunta?

  Todos ficaram em completo silêncio, exceto por Nikolas, que continuava batendo os dentes e tremendo de frio.

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  — Ali está... A árvore, a entrada para nosso pequeno mundo.

  A cerca de cinquenta metros de distância, mesmo que parcialmente visível aos trezentos metros, todos viam claramente o que Lest tanto falava. Onde seu tronco começava, estava completamente coberta por gelo, seus galhos, ainda que firmes, não tinham flores alguma, exceto as já caídas e parcialmente enterradas na neve. Tinha praticamente quatro metros de grossura e uns trinta de altura. Era a única coisa com uma coloração diferente nessa vastidão branca.

  Olhando para o lado, Nikolas viu um pequeno riacho, também congelado. Com pedras cobertas por neve em sua volta, praticamente camuflado no ambiente.

  — Essa, é a entrada principal. — Disse Lest ao dar a volta na árvore gigante enquanto olhava para o início de seu caule. — Mas não é por aqui que iremos, eles não deixariam vocês entrarem. Subindo o riacho, há um pequeno buraco cavado pela resistência, é apertado, mas é nossa única opção. Vamos.

  — Andar mais? Aaahhh — Reclamou Kate

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  — Aqui, venham. — Disse Lest ao tirar a neve que cobria uma porta de alçapão, que dava para o túnel que descia.