Crystal Legacy (ROM 2)

3. A Hospital Drama

  — Então... Aqueles quatro encontraram os peludos? — Disse uma vozinha feminina irritante vindo de um trono negro.

  — S, sim, minha senhora. — Alguém respondeu. Ajoelhado para a figura feminina no trono estava cauteloso com as palavras como se um passo em falso pudesse decidir sua vida.

  — Hum... Xerves decidiu o destino dele. Se algo acontecer, ou mesmo se não acontecer, não ajudem ele. Se ele morrer para os quatro e ocasionar a extinção dos peludos... Deixe morrerem. Mas mantenham os olhos nesses quatro, eles podem ser uma ameaça maior ainda do que aqueles três anteriores... — A voz completou, sem deixar espaço para o alguém ajoelhado responder. Dispensando-o, ela voltou a ficar sozinha no salão.

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  — Anda Nikolas! A gente não tem tempo pra isso. — Neptune estava impaciente.

  — Sim, demonstraram interesse em nós apenas porque derrotamos Enyo, caso contrário, Não teriam procurado nem sequer a mim. — E Crysle estava indignada.

  — Achei que pudéssemos ter a colaboração de vocês. — Disse Lest. — Mas vejo que me enganei... De um jeito ou de outro vamos destronar Xerves. Vocês seriam ap-

  — A gente ajuda. — Disse Nikolas, cortando Lest que estava prestes a dizer algo auto-comprometedor.

  — O que!? — As três de seu grupo ficaram boquiabertas com seu posicionento.

  — Isso não parece favorável pra nós, mas afinal... O que nós temos? Queto dizer, além das armas com minérios mais fortes da região, e quatro pessoas com cada uma especializada numa área diferente... O que faríamos se não aceitassemos essa oferta?

  — Íamos focar no nosso plano inicial! Matar a Bruxa! — Disse Kate, relembrando dos primeiros dias que se conheceram.

  — E pra isso precisamos enfraquecer as forças dela. Imagina só se chegássemos lá e tivessem oitenta Comandantes nos esperando na sala do trono. Como vamos matar ela com ela tão protegida assim? — Nikolas tinha um ponto.

  — Isso não muda o fato de estarem nos usando pra favorecer eles! — Crysle aumentou seu tom de voz para Nikolas.

  — Por um lado, a gente também vai estar usando eles pra atingir nosso próprio objetivo... Não vai?

  — Nunca teriam vindo nos procurar se não fosse pelo caso com Enyo. Nunca teriam tentado retomar Crysle, alguém do próprio povo deles, pra eles mesmos. — Disse Neptune, defendendo sua amiga.

  O silêncio pairou no ambiente. Todos ficaram desconfortáveis e Lest foi quem tomou as rédeas.

  — Vocês realmente não perceberam a situação? Estamos vivendo numa colônia! Onde qualquer um que tenta se opor a isso é silenciado. Acha mesmo que trariamos a Crysle de volta pra nós nessas condições? Quer saber de uma coisa? Vocês três são tão ignorantes que nem sequer perceberam que não fomos atrás de vocês especificamente por causa do Enyo. Para agirmos tão rápido já estávamos espionando vocês.

  — Entã-

  — Sim! Eu digo isso com clareza. Estávamos espionando vocês. Pela Crysle. O Enyo foi uma chave para que pudéssemos contatar vocês. Mas como eu disse, vocês são tão ignorantes que mal sequer perceberam isso.

  Novamente o silêncio tomou conta. Um ambiente repreensivel caiu ao redor das três. Nikolas, muito menos Qwoqi, ousaram se meter no assunto.

  — Então... Qual o plano...? — Nikolas perguntou, na tentativa de quebrar o gelo.

  — Ah... Me desculpem por isso. Raposas-do-Ártico têm um comportamento explosivo. Já devem ter percebido isso. Quero dizer, vivem com uma.

  — Qual, é, o plano? — Nikolas indagou novamente, dessa vez com mais ênfase para que Lest parasse de tocar no assunto.