Capítulo 3

68 2 0
                                    

Kayla só acordou na manhã seguinte, Matt já tinha preparado o café da manhã e ido para o centro. Era para eles fazerem trilha naquele dia, mas devido aos acontecimentos, eles decidiram tirar o dia para descansar.

E foi isso que Kayla fez. Após o café da manhã ela ligou a TV e sentou no sofá, mas acabou pegando no sono, e sonhou.

"Ela estava na sua casa antiga, no corredor que levava até os quartos.

Kayla ouviu uma risada e abriu a porta do primeiro quarto. Havia uma menina que parecia ter uns 3 anos brincando com uma mulhr ruiva. Elas não perceberam que eram observadas, a garotinha abraçou a mulher, que a levantou no ar enquanto ria. A porta se fechou.

Kayla abriu a próxima porta. Era como se olhasse para uma TV. Ela viu a mesma menina, agora um pouco mais velha parecia ter 5 ou 6 anos, brincando com um homem eles também riam. A mulher ruiva apareceu e falou algo. A porta se fechou.

Atrás da próxima porta, Kayla viu a menina, agora com uns 8 anos, dormindo tranquilamente enquanto o homem lia um livro. A porta se fechou.

Kayla se virou para abrir a próxima e última porta, por algum motivo tinha vontade de chorar. A porta se abriu e ela observou enquanto um carro atravessava uma ponte, a imagem ficou turva, e derrepente o carro estava caindo, ela ouviu gritos vindos de todas as portas enquanto o carro afundava no rio.

Ela gritou de horror, lágrimas jorrando de seus olhos. Ela sabia quem estava naquele carro.

Kayla se virou e começou a correr, antes que chegasse ao fim do corredor, tudo a sua volta se estilhaçou como vidro e ela caiu na escuridão.

Kayla acordou gritando.

"Foi só um sonho" pensou, tentando se acalmar, mas ela sabia que não tinha sido só isso.

Ela foi até a cozinha pegar um copo de água quando se virou, soltou um grito. A menina do seus sonho estava lá, apontando para ela.

- A culpa é sua- disse a menina - sua culpa!

Kayla jogou o copo nela, a menina se estilhaçou, assim como o copo.

Ela ouviu o barulho de motor do carro de Matt e saiu correndo para abrir a porta.

-Algum problema?- perguntou Matt quando entrou na cozinha e viu os cacos do copo no chão

-Não, eu só estava distraída e derrubei. Só isso- respondeu Kayla, ela sabia que não devia mentir para ele mas, por alguma razão, ela sentia que algumas coisas deviam permanecer em segredo.

Na manhã seguinte, Kayla acordou com a campainha tocando. Ela rapidamente se vestiu e foi atender.

-Bom dia raio de sol!- disse uma menina ruiva quando Kayla abriu a porta.

-Hã, bom dia. -disse Kayla, uma pouco confusa- Eh... Você é...?

-Amy, Amy Greenway. Você deve ser Kayla. Matt falou muito sobre você, -ela se virou e apontou para um garoto que vinha em sua direção- aquele é o Derek. Ele é meu, digamos, assistente.

-Vejo que você já conheceu minha, ãh, amiga. -disse Matt aparecendo atrás de Kayla.

-Certo. O que vocês são? -perguntou Kayla.

-Somos cacadores.- disse Amy- Nós caçamos tudo que não é natural, o sobrenatural!

Kayla se virou e encarou Matt

-Precisamos conversar.- disse- A sós.- e fechou a porta, deixando Amy e Derek do lado de fora.

-O quê você tem na cabeça?!- perguntou Kayla

- Como assim?- disse Matt- Eu só estou tentando ajudar.

-Chamando os ghostbusters!?- ela apontou para a porta- Esses caras são loucos! Você ouviu o quê eles disseram? Essas coisa de sobrenatural não existe!

- Sabe, pode ter uma porta entre a gente mas eu ainda te escuto!- gritou Amy.

Kayla ignorou.

- Kayla, isso é coisa séria, você se lembra do Eric? Aquele cara que eu conheci no curso?-Kayla fez que sim com a cabeça- Então, a avó dele morreu em um incêndio e ele tinha certeza que o espírito dela estava assombrando a casa, ele chamou esses caras e em menos de um dia eles encontraram o espírito e mandaram ele pro inferno- continuou Matt

- E?- perguntou Kayla

-E, se eles ajudaram o Eric não tem problema nenhum em deixar eles tentarem nos ajudar.

Houve um longo silêncio e então Kayla abriu a porta.

-Ha ha! Sabia que você era persuasivo, gatão.- Amy disse para Matt, que ficou vermelho de vergonha.- E então,- continuou ela- onde está o nosso fantasminha?

-Bom, - disse Amy- vamos começar.

Ela pegou as mãos de Kayla e fechou os olhos.

- Então, você realmente vê coisas?- perguntou Kayla

-Claro! É pra isso que servem os olhos- respondeu Amy, rindo- não, me desculpe eu não consegui aguentar. Mas falando sério, sim. Eu vim de uma família de videntes, tenho visões desde que eu era pequena. É fácil, as vezes dá dor de cabeça, mas eu consigo ver tudo que eu quiser.

- Você consegue ver a própria morte?- perguntou Kayla.

-Há algumas coisas que eu prefiro não ver.- respondeu Amy, séria.

-Agora- disse Amy abrindo os olhos, eles estavam brancos, brilhando- quero que você pense nos seus sonhos, memórias tudo que você achar que tem alguma ligação com esses acontecimentos.

Kayla começou a pensar nos seus sonhos mais obscuros, suas memórias mais antigas, a primeira vez que voltou à sua casa depois do acidente de seus país, quando voltou a escola....

- Pense em coisas mais antigas- sussurrou Amy

- Não dá,- retrucou Kayla- eu não lembro de nada antes do acidente dos meus país.

- Você está bloqueando as memórias- disse Amy soltando as mãos de Kayla- Você está escondendo algo, de você mesma. Kayla, é muito importante que você lembre de tudo.

-Eu não posso...- começou Kayla, mas foi interrompida por Derek, que tinha terminado de vasculhar a casa e trazia uma pedrinha vermelha com o desenho de um pentagrama em uma das extremidades.

- Ah não.- disse Amy, pegando a pedrinha e analisando-a - vamos precisar de ajuda.

- Você tem certeza?-perguntou Derek

- Sim, chame a Jenna.

Não feche seus olhosOnde histórias criam vida. Descubra agora