POV LAUREN
Fiquei muda, meu corpo estava sem reação, apenas sentei no sofá. Depois tudo foi ficando em câmera lenta, vi Ally pondo as mãos no rosto, creio que estava em pânico, pois sua expressão era como se estivesse gritando em choro, Mani tentava gesticular palavras mas nada saía, marcas se formaram em sua testa, ela levou uma das mãos á mesma, eu via o mundo girar em minha volta, lentamente, como se fosse um filme horrível.
Me levantei, não sentia minhas pernas, apenas saí do camarim e notei Ally me chamando, mas eu não a ouvi, dei de ombros e procurei o banheiro, precisava dos meus remédios. Desde que Camila e eu terminamos, os remédios tem sido tudo o que me restavam, eu não conseguia dormir, mas quando eu os tomava, eu simplesmente apagava na cama, era disso que eu precisava, apagar.
Apagar tudo e começar de novo, desde o momento em que eu a vi naquele bendito palco, fazendo sua audição para o futuro talent show que hoje nos trouxe até aqui, e agora, onde eu ao menos sei se ela esta viva e tudo por minha culpa, porque eu fui burra e insisti demais, eu deveria saber, agora é tarde demais.
Peguei o remédio e me atrevi a ler a bula, minha mão tremia e eu segurava cada vez mais forte, peguei uma porção de comprimidos e os observei, sem medo algum enfiei na boca, mal me importava quantos fossem eu precisava daquilo. Acabei deixando cair alguns na pia, mas consegui segurar alguns antes que rolassem por cano abaixo, guardei todos na caixa e coloquei de volta no lugar, abri a torneira o máximo que pude, molhei as mãos sem pudor e as levei ao rosto, repeti inúmeras vezes, precisava esfriar a cabeça de algum jeito ou não sei o que faria se pensasse mais no acidente.
Saí de lá ainda transtornada, não chorava, ainda acreditava que era somente mais uma piada sem graça de Dinah, mas no fundo eu sabia que era real. Peguei meu celular no bolso de trás da minha calça, disquei qualquer número e chamei um táxi, eu ia atrás de Dinah, estava agindo por impulso e me deixei levar, não estava bem para pensar no que fazer, o táxi estava demorando, admito que xinguei mentalmente o maldito motorista, mesmo que ele não tenha culpa de nada, foda-se. Senti alguém me tocar e me puxar para dentro, levei um susto enorme, então vi que era Normani
— O que pensa que está fazendo? — Ela me fuzilou, furiosa. Dei de ombros — Onde acha que vai? Está ficando louca, é? — Bufei e me virei de frente para ela
— Eu estou indo até Dinah, quero que ela me explique onde foi que aprendeu a brincar com coisas tão sérias como essa, Normani, ela não pode fazer piadas assim!
— Lauren, pare com isso! Tudo o que precisamos agora é tentar manter a calma, eu sei que é difícil, mas... — A interrompi
— Manter a calma? Com o que? Não aconteceu nada, não sei do que está falando
— Lauren! Para com isso! — Ela gritou, vi seus olhos aguarem — Não finja que nada aconteceu! Precisamos ficar juntas, Dinah já me explicou tudo e eu falei com a médica por telefone — Ela segurou meus ombros, eu negava com a cabeça, não acreditando — Pare de agir como uma louca! Camila precisa de nós, agora!
— Não — Minha voz foi aumentando — Não! Não! — Ela me abraçou, não retribui
— Lauren, para, fica quieta — Ela sussurrava em meu ouvido — Calma, por favor, deixa eu te explicar... Para com isso — Aos poucos, fui cedendo — Shhh... Isso, assim — Ela se desvencilhou de mim e me olhou nos olhos, sem soltar meus ombros — Vem, vamos lá para dentro — Secou minhas lágrimas, notei que uma poça tomava a manga da camiseta em seu ombro direito, e uma mancha preta borrada também estava ali, Ally? pensei. Afinal, onde ela estava?
— Cadê a Ally? — Disse enquanto andávamos apressadas, Mani tinha uma mão contornando minha cintura e a outra segurava minha mão
— Ela está falando com o papa J, quero dizer, seu pai — A olhei confusa
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If I Stay
FanfictionLauren Jauregui é uma integrante do famoso quinteto Fifth Harmony, que vive a dúvida de ter que decidir entre a dedicação integral à carreira e aquela que tem tudo para ser o grande amor de sua vida, sua amiga e companheira de banda, Camila Cabello...