Famintahs

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Dias se passaram e as meninas não sabiam mais o que fazer além de ficarem juntas dançando ao som de THUMBS UP. Na verdade, o que mais elas tinham era fome, quanto mais os dias passam, mais as meninas não tinham o que comer e tiveram que tomar atitudes drásticas em consequência disso.

Narcisa: Ei, a gente precisa fazer alguma coisa, não se pode viver assim, já estou pensando em roubar.

Petúnia olha para Narcisa lhe mostrando um sorrisinho de canto e logo sua amiga responde.

Narcisa: NEM PENSAR, SUA MALUCA!

Petúnia: Olha bem pra nossa situação, florzinha, NÃO TEMOS ESCOLHA, CARA!

As duas meninas ficam se olhando e visando as prateleiras sem nada, pensam que não teriam nada a perder pois são duas jovens já sem "nada", e então resolvem seguir em frente com a ideia.

• Alguns momentos depois, em um supermercado um pouco longe de suas casas •

Narcisa: Mulher, eu concordei, but não sei nem como é que se faz isso, me ajuda.

Petúnia passa correndo e grita para sua amiga.

Petúnia: CORRE QUE EU JÁ ROUBEI, MULÉ!

Narcisa: MERMÃ DO CÉU, "MISPERA"!

As meninas chegam em casa, sem ninguém ter visto direito o rosto de nenhuma das duas e as seguido até sua moradia. Petúnia tira as coisas roubadas da sacola elas conversam sobre o ocorrido.

Petúnia: Tu tem noção que a gente ROUBOU UM SUPERMERCADO, AMIGA???

Narcisa: A gente e muito a gente, né não, Petúnia?! VOCÊ MAL CHEGOU LÁ E JÁ FOI PASSANDO A MÃO, CORRENDO E QUASE ME DEIXA LÁ!

Petúnia: Vai dizer que não achou legal?! Agora a gente tem comida, olha aqui.

A jovem mostra a mercadoria furtada.

Narcisa: é, realmente, não foi nada mal.
TÁ BOM, ARRASOU, MULHER, AGORA VAMO' COMER!

As meninas por um lado estavam felizes com os lanches, porém acabam pensando em roubar mais comida e assim desencadeando esse vício de furtar alimentos...

                                (***)

Ferradas. Estavam ferradas.

Roubar para comer tornou-se cotidiano para Petúnia e Narcisa - mesmo que já tivessem roubado tanto a ponto de não precisarem mais daquilo. No entanto, não conseguiam mais parar; tão logo a fome batia, "iam atrás" do que queriam comer.

Aquele novo estilo de vida era emocionante, mas perigoso. Disparar os alarmes das lojas de conveniência e supermercados do bairro acabou deixando de ser uma necessidade e passou a ser uma diversão.

Obviamente, a vida não deixou barato.

As duas já eram conhecidas naquelas redondezas como vagabundas e bandidas. Ingênuo da parte delas não terem notado o quão famosas eram por ali; tão logo apareceram numa mercearia, ainda que não pela entrada principal, a polícia fora acionada.

E agora, Petúnia e Narcisa corriam, ouvindo os sons das sirenes cada vez mais próximas.

Tentaram despistá-los, mas a alimentação exagerada e não-saudável que tiveram nas últimas semanas não contribuíram com o intenso "exercício físico". Foram cercadas e abordadas.

Dois policiais saíram de dentro da viatura, armados. O coração das jovens batia forte em desespero. Como puderam se ferrar tanto? Só estavam roubando para comer bem e muito. Como?

Junto com o clique das algemas prendendo as mãos de Narcisa, Petúnia teve uma ideia. Sorriu com malícia para amiga, num pedido silencioso para que a observasse.

Deixou que as pernas vacilassem, obrigando o homem que a prendia a segurá-la. Antes que ele a algemasse também, alisou-lhe o rosto.

Petúnia: Oh, docinho, você acha mesmo que isso é necessário? Olha pra mim. Você acha que vale a pena me colocar dentro de uma cela?

Narcisa e o outro policial observavam aquela cena em completa confusão. Ela enlouqueceu, ambos pensaram.

Petúnia já tinha os dois braços em volta do pescoço do homem. A cara dele era de raiva, mas percebia-se, mesmo de longe, que ele lutava para não ceder aos encantos dela. Narcisa percebeu, também que ela lançou-lhe um olhar meio nervoso: "Amada? Anda logo, faz alguma coisa!"

Sem pensar direito, Narcisa se aproveitou da distração do outro com a cena e tascou-lhe um beijo na boca. O safado, claro, não se fez de rogado e retribuiu. Não demorou muito para que Petúnia fizesse o mesmo.

Depois dos amassos um tanto... indecentes... Os policiais as soltaram. "Realmente, não tem por quê, não é? Afinal, não ameaçaram e nem mataram ninguém", foi o que disseram.

Deram trinta segundos para que as duas fossem embora e se escondessem. E assim foi feito.

Petúnia e Narcisa, no entanto, não poderiam continuar naquela vizinhança de jeito nenhum. Precisavam fugir, o mais rápido que podiam.

Aquele episódio significou uma mudança maior do que pensavam em suas vidas.

E não só se mudaram, como tiveram que mudar suas aparências. Pintaram os cabelos, mudaram as maquiagens a ponto de ficaram praticamente irreconhecíveis, pelo menos de longe.

Mas e agora? Viveriam se escondendo e se disfarçando pelo resto da vida?

Ou finalmente deslanchariam com uma novidade?

Uma nova oportunidade estava prestes a surgir.

O Buquê do HarémWhere stories live. Discover now