;la vie en dernière fois

25 2 17
                                    


Em todos os meus dezessete anos de vida, eu gostava de pensar em como seria se tudo fosse diferente. Se a minha família biológica me quisesse, ou se os meus pais vissem a minha primeira palavra, meu primeiro passo. Se minha mãe não fosse capaz de gerar Amani, se naquele segundo que eu pisasse naquela sala de aula, eu não visse o par de olhos vindos de marte.

E então, ele cortou a troca de olhares.

Me sentei consequentemente e automaticamente três carteiras depois da de onde o olhos de marte estava. Não era minha culpa se as minhas pernas praticantes de basquete quisessem sentar perto do cara de olhos bonitos.

— Bom, seja bem-vindo de volta, Kim NamJoon. — A professora sorriu pequeno. — Pegue o caderno de algum colega, as coisas que eu passei semana passada vão cair na prova. — Suspirou e parou em frente à sua mesa, sentando-se nela. — Eu preciso abrir a inscrição para os clubes e vocês... — Apontou para os alunos. — Precisam arrumar o que querem fazer na vida. Quem aqui quer trabalhar com arte? — Umas nove pessoas, contando comigo e o olhos de marte, levantaram as mãos. —Oh, querido, você quer trabalhar com arte? O que você quer fazer? — Perguntou ao cara de ombros largos e todos olharam para ele, fazendo-o abaixar a cabeça em sua mesa, ignorando a professora e o resto dos alunos. — Não quer me dizer? Tudo bem. — Comentou um pouco sem graça. — Se quiserem fazer parte do clube de arte, preencham a ficha amarela. NamJoon, você é quase uma obrigação fazer parte de um dos clubes, já que é turista nas aulas.

— Claro, faremos um teatro que eu serei o Hitler asiático que é adotado por um africano. — Comentei alto, e algumas pessoas atrás de mim riram. — Foi mal te decepcionar, mas eu tenho treino de basquete.

— Coincidentemente o clube de artes é aberto nas terças e nas quintas, que são os dias que você não tem treino. Se você não arranjar outro clube até amanhã, você será incluído no clube de artes. — Suspirei e encarei a mulher de aparência jovem, que continuou sorrindo. — Há alguns clubes que precisam de voluntários, e alguns clubes que já estão preenchidos. Os que eu citar agora precisam de voluntários, então eu peço para vocês levantarem as mãos se desejarem fazer parte de um dos clubes, tudo bem? Hm, clube de culinária, alguém se interessa? Ótimo, cinco pessoas, obrigada por se candidatarem. Clube de moda? Clube de... — As palavras entediantes que a mulher proferia foram anuladas de meus ouvidos e debrucei-me sobre a mesa, encostando minha cabeça em meus braços. Até que algo me fez levantar a cabeça, me fazendo olhar para frente atento.

— Clube de jardinagem? — Apenas o garoto de belos olhos levantou a mão. Todos o encararam novamente, fazendo-o corar. — Oh SeokJin, que ótimo você querer fazer parte de um dos nossos clubes, mas jardinagem só você se candidatou. Eu nem iria abrir vagas para jardinagem, mas já que você se voluntariou eu posso encontrar alguém até amanhã, sim? — Ele apenas assentiu e voltou a abaixar a cabeça. A professora iniciou as atividades finalmente, mas algo me incomodava. Quem era aquele cara? Eu tinha certeza que nunca tinha o visto naquela escola, ou naquela sala – mesmo não ligando muito para quem estudava comigo ou não. Cutuquei Park JiMin, o representante de classe que sentava do meu lado com uma caneta e sussurrei seu nome. Ele se virou para mim um pouco contrariado, mas ao ver que era eu, suavizou sua expressão.

— Sim, NamJoon? — Disse baixo, olhando para mim com um olhar curioso, em vista de que eu nunca o cutucara em nove anos estudando juntos.

— Qual é a daquele cara? — Apontei para o moço de ombros largos e JiMin sorriu docemente.

— É Kim SeokJin, o novato. Ele entrou na semana que você não veio a aula. Você quer o meu caderno emprestado? Posso te emprestar assim que terminar a aula. — Neguei com a cabeça e o agradeci, vendo ele dar um sorriso simpático e continuar a copiar o que a professora passava no quadro negro. Aproveitei que o garoto que se sentava atrás do tal SeokJin havia ido até o banheiro e pulei duas carteiras para frente, sentando-me rapidamente atrás do garoto. Cutuquei uma, duas, três vezes. Quando eu ia cutucar pela quarta vez, o garoto se virou para mim, completamente corado e sem olhar para o meu rosto, e sim para suas próprias mãos que se mexiam incontrolavelmente.

La vie en rose; namjinOnde histórias criam vida. Descubra agora