Bianca estava a deixando com ansiedade.
Rafaella era uma pessoa tranquila e centrada. E como era de conhecimento geral, antes de entrar para o Big Brother Brasil, ela havia passado mais tempo no coach do que em casa. Não para construir um personagem, mas para saber como lidar com qualquer emoção forte que o confinamento pudesse proporcionar.
Mas não havia coach no mundo que preparasse para Bianca Andrade.
Desde que Babu havia dado seu decreto, Rafa só pode pensar em uma coisa: qual pecado ela havia cometido? Ela não tinha problemas em relação a ir ao quarto branco. Rafaella sabia que era uma possibilidade no jogo e estava preparada para aquilo também. Mas ao escolher as outras pessoas, Babu a tirou complemente do eixo.
Daniel era uma criança. Sim, ele era do seu grupo de amigos. Sim, ele namorava Marcela. Sim, ele estava sempre ali. Mas ele era uma criança. Se perguntassem a Rafaella, ela diria que Daniel tinha quinze anos. Ele era inconsequente, irresponsável, distraído, infantil e terrivelmente chato quando queria. Ela gostava do garoto, mas não o suficiente pra ver seu rosto por três dias inteiros.
E havia Bianca. Não era novidade pra ninguém que ela e Bianca tinham seus problemas, e após a briga na festa, a sua meta era evitar a carioca o máximo que pudesse. Aparentemente, o máximo que ela podia não era muito.
Se Rafaella pudesse escolher, ela escolheria estar dopada.
Tiago mandou os participantes não se dispersaram, e por conta disso, Daniel, Marcela e Ivy estavam grudados no chão da sala, Babu estava sentado em um canto com Thelma, já Manu, Gabi, Gizelly, Pyong e Victor Hugo estavam sentados próximos a ela, dando força, mas o olhar de Rafaella não saia de Bianca, que tremia a perna nervosamente sentada entre Mari e Flay.
Bianca era sempre desesperada e intensa e demais. Bianca Andrade era demais. E isso, certamente, conflitava com Rafaella, blindada, tranquila e centrada.
- Se você bater na menina lá que vende maquiagem você vai ser expulsa, Rafaella. - Gizelly advertiu, fazendo a rodinha rir quando ela esqueceu o nome de Bianca, como sempre fazia com todo mundo. - Você nem invente.
- Eu não sou de brigar. Eu nunca bato em ninguém, Gi. - Rafa a tranquilizou, e Gizelly a olhou desconfiada.
- No Daniel pode. - disse, fazendo Rafaella e os outros gargalharem. - Vai que ele precisa de uma porrada para a cabeça voltar para o lugar? A gente nunca sabe.
- Aí, Gizelly. - Rafaella passou a mão pelo rosto. - Você não tem jeito.
- Agora é sério, Rafa. - Pyong segurou suas mãos. - Você está bem?
- Sim. - Rafaella assentiu. - Podem ficar tranquilos, gente. Nada me tira daqui, não.
- Vai ver é até bom, né? - quem disse foi Gabi, e todos os olhares da roda se voltaram pra ela. - Quem sabe você e a Bia não se resolvem?
- Ou se matam. - Victor Hugo disse, fazendo Manu revirar os olhos. Victor Hugo era sempre desnecessário e ela estava só esperando uma oportunidade para caçar uma briga.
- Ou se comem. - Gizelly completou, fazendo todos os olhos se virarem pra ela. Rafaella franziu a testa. - Sei lá, achei que a gente estivesse considerando todas as possibilidades. E eu sempre achei que esse ódio era tensão sexual.
Rafaella apenas riu junto com os outros, Gizelly era complemente doidinha.
Ainda na sala, com as mãos entrelaçadas as de Mari e Flay, Bianca estava tensa.
Ela odiava ficar presa. E certamente ela odiaria ficar presa com Daniel e Rafaella. Daniel era infantil e chato. E Rafaella... Bom, Rafaella a odiava.
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White
FanfictionOnde quem saiu no paredão de carnaval foi Felipe Prior, e duas semanas depois, Bianca Andrade e Rafaella Kalimann vão parar juntas no quarto branco.