Durante muitos séculos Audry era controlada pelos Skas, criaturas monstruosas de 8 pernas, gigantescos e olhos vermelhos sangue cuja voz fazia tremer até a maior das montanhas, são revestidos por uma camada espessa de pêlo preto e escuro. Usavam as artes obscuras para oprimir todas as espécies e assim controlá-las através do medo e da força.
Todos os povos viviam na miséria, mais de metade das colheitas eram entregues aos Skas como forma de pagamento e, até mesmo, de agradecimento por lhes ser permitido viver no seu domínio. Quem não cumprisse esta taxa, seria queimado nos seus colossais fornos, dentro do seu castelo no topo da maior montanha do reino, deste modo as suas almas nunca poderiam se juntar à de Audry, ficando para sempre atormentadas e perdidas.
O céu estava sempre negro como carvão, devido ao fumo que saía das grandes fornalhas pelas altas chaminés e poluíam os ares. O sol nunca espreitava e era inverno o ano inteiro, a neve caía com maior frequência com o passar dos anos dificultando o crescimento das sementes, e a situação só agravava. Com mais corpos a serem queimados todos os dias, mais fumo era emanado e mais neve caía sobre os terrenos da população, cujo medo e o desespero cresciam, e a esperança desaparecia como as cinzas que se arrastavam pelos ventos gélidos de um inverno que parecia não ter fim.
Até que, uma rebelião se formou, o povo chamava-os de Sun Knights (cavaleiros do sol). Começaram pequeno, como qualquer outra rebelião, roubavam mantimentos aos Skas que patrulhavam as aldeias. Mas, aliados foram surgindo, e de um pequeno grupo de salteadores os Sun Knights transformaram-se num exército, cujo nome do líder era cantado aos sete ventos, Arthur.
Arthur, o que podemos dizer sobre ele? Era um jovem guerreiro de uma aldeia de elfos do norte, viu, aos sete anos, o pai a ser levado sem misericórdia pelos Skas, e todos sabiam o que acontecia quando os Skas levavam alguém... Desde esse momento decidiu que mais ninguém seria levado enquanto ele estivesse de pé.
E foi o que ele fez, durante dez anos Arthur treinou, juntamente com o seu irmão, que era muito jovem na época para perceber o que tinha acontecido, e reuniu um pequeno grupo de jovens que tinham a mesma ambição que eles. Pôr fim à tirania dos Skas.
Mas nem tudo corre como nós planeamos, e a história destes dois irmãos é tudo menos planeada. A não ser que acredites no destino...
Benjamin, irmão mais novo de Arthur, sempre o viu como um exemplo a seguir e o seu sonho era ser tão corajoso e forte como ele. À medida que a rebelião foi crescendo e tomando forma, Benjamin foi posto de parte, ninguém cantava o seu nome, ninguém exaltava os seus feitos, quase ninguém sabia quem ele era, o irmão do grande guerreiro que todos idolatravam.
Pobre Benjamin... Aquilo que em tempos fora admiração transformou-se em fúria e ciúme, envenenando aos poucos a sua alma. O copo foi-se enchendo ao longo dos anos, até a última gota cair e fazendo-o transbordar. O nome dessa gota era Mary.
Mary era uma jovem arqueira que se juntou à rebelião depois de ter ficado orfã, astuta como uma raposa, sábia como uma coruja e bela como um pôr do sol. Sem saber a pobre rapariga roubou o coração dos dois irmãos. Ambos a tentaram conquistar e as pequenas disputas e rivalidades, que para muitos era visto como "coisas de irmãos", para Benjamin tinham outro significado. Para ele, ganhar o afeto de Mary era uma maneira de provar que era melhor do que Arthur, que o conseguira vencer, que iria finalmente sair da sua sombra.
Mas Mary sempre soube o que queria desde que pousou a primeira vez o seu olhar em Arthur.
O tempo foi passando, e o anúncio do seu casamento foi divulgado. Benjamin não aguentou mais o ódio que sentia, e fez o que muitos acreditavam ser impossível. Ele aprendeu as artes obscuras.
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A Canção de Audry
FantasySinopse: Durante muitos séculos Audry era controlada pelos Skas, até que Arthur, um jovem elfo, decide enfrentar a tirania dos Skas e pôr um fim áquele terror. Mas a que preço? Apesar dos atos heróicos de Arthur, esta história tem outro protagoni...