Prólogo

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Três Divisas, Algum Lugar da Europa.

1812

***

A noite estava silenciosa e uma brisa batia nos rostos de Peter e Branca. Eles estavam sentados na frente de um castelo feito de pedras, onde em certos pontos nasciam ervas daninhas, mas, mesmo assim possuía uma beleza esplendorosa: a lua cheia iluminava o céu e, ao longe, uma enorme torre com um relógio marcava quase meia noite.

— Não podemos continuar com o que sempre fizemos, os fatos não estão acontecendo como antes.

— Eu sei Branca, mas é que não possuímos escolha.

— Você sabe o que aconteceu. Não sabe? Roubaram uma peça do relógio, e é por conta disso que tudo não está ocorrendo como deveria, nossas vidas não são mais as mesmas – Branca de Neve disse com lágrimas nos olhos.

— E já sabem quem roubou? Peter enxugou gentilmente algumas lágrimas que caíam pelo rosto da princesa.

— Ninguém faz ideia. Além do mais, ninguém consegue entrar no castelo, é como se uma parede invisível impedisse.

— Precisamos acreditar que tudo vai dar certo...

— Eu acredito! Mas, Peter, estou com medo, e se acontecer algo de errado comigo?

— Não precisa sentir medo, se algo acontecer, eu estarei lá para te ajudar.

Peter sabia que aquilo dificilmente se tornaria realidade, pois ele também sentia medo. Ele temia que algo acontecesse, sabia que, nesse momento ele poderia estar longe.

— Já está quase chegando à meia noite, é melhor você ir - ­Branca de Neve disse receosa.

— Tudo bem, tenho que ver como está a Terra do Nunca, de qualquer forma.

Peter Pan disse, levantando-se:

– Até mais Branca!

— Até mais!

Peter então retirou um saquinho feito de tiras de uma planta e de dentro tirou um pó dourado, que jogou sobre seu corpo. Ele então se ergueu no ar e partiu rumo ao céu. Ele se distanciou de forma que apenas sua silhueta se via logo à frente do relógio, até desaparecer na escuridão da noite.

A princesa se dirigiu para dentro do castelo. Ela ainda pensava em tudo o que eles haviam conversado e, antes de fechar a enorme porta de carvalho, em um último impulso, se virou olhando na direção em que Peter Pan havia partido.

— Eu acredito!

Logo em seguida, ela fechou a porta e se recolheu aos seus aposentos.

Doze badaladas indicaram que era meia noite.

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