Olá, sou eu. Aquele que ainda não se perdeu do caminho. Ou talvez no moinho da imaginação tenha me achado. De filósofo tenho um pouco, mas sou aprendiz de poeta. Da algazarra da minha mente quieta e do meu coração quente te peço um momento.
Não quero mais continuar querendo. Porque minhas palavras são grãos de areia a mercê do vento. Porque não sou nada além do momento. Porque não tenho a continuidade para conseguir dizer a verdade. Porque minha existência só é mais efêmera do que o meu pesar.
E as palavras, suaves e doces palavras. As únicas capazes de aliviar minha dor, foram aquelas que me fizeram descobrir o amor. Porque elas me deram uma estrada para caminhar. Porque elas me mostraram que haviam outros como eu lá fora. Eu, imaturo e tolo, decidi procurá-los. E aqui estou, eternamente perdido.
Sou ser fadado a caminhar sem o caminho saber. Na estrada da solidão, sou escravo da minha própria imaginação. Porque o calor dos meus sentimentos queima qualquer um que tenta se aproximar. E a inconsistência deles confunde tudo que possam pensar.
A exigência e incapacidade corroem como ácido a minha alma pálida. Acordo todos os dias, ciente de que nunca serei melhor do que fui ontem. Durmo todas as noites, tentando superar o reflexo de minha sombra. Insanidade sequer me assombra.
Talvez já esteja, por ver uma beleza macabra mesclada nisso tudo. E se de inspiração tenho de bandeja, talvez não tenha nenhuma queixa. Talvez com lágrimas de sangue, eu serei capaz de pintar algo significante.