Prólogo

55 5 2
                                    

Prólogo.

"Para mim...era tudo irreal."


-POR FAVOR!! POR FAVOR!!! AJUDE- eu gritava com todas as forças que eu tinha.
-A Maca, tragam a maca!!!
Os médicos e enfermeiras corriam pelo hospital.

"A adrenalina era tanta...que eu não sabia o que era real e o que era da minha imaginação"

Corria ao lado dos médicos e da maca. Eu estava tão desesperado, as lágrimas escorriam e não paravam de descer pelo o meu rosto.
- Por favor...fique bem...-dizia com a minha voz trêmula, enquanto segurava sua mão.
-Vamos levá-lo para a sala de cirurgia.- os enfermeiros concordavam com a cabeça.

"Meus pais...me diziam para deixar claro os meus sentimentos por ele. Os pais dele, ah...eram terríveis. Ele jamais se assumiria e muitos menos...tentaria entender o que era tudo aquilo que estávamos vivendo."


-Você terá que aguardar aqui- um dos médicos se virou para mim, me impedindo de entrar na sala com eles.
-T-tudo bem...-dei um passo para trás para que eles pudessem passar por mim.

"Naquele momento...quando estavam discutindo o que poderiam fazer ou o médico que iriam chamar para a cirurgia...eu consegui ver...ver a quantidade de sangue que escorria por trás de sua cabeça.

Foi então...que caiu a ficha de que o meu amor...já não serviria mais para nada"

Aguardei horas no banco ao lado de seus pais, esperando algum médico sair da sala de cirurgia e dizer: Olha...Foi tudo bem, ele está bem.
Um dos cirurgiões saiu da sala e veio em nossa direção. Seus pais se levantaram mas por algum motivo...eu ja estava sentindo aquelas palavras...


Eu sinto muito...



E assim aconteceu...
A mãe dele, caiu no chão e começou a chorar assim que ouviu aquelas palavras e seu pai, só a abraçava com todo o carinho que ele nunca havia dado para ela todos esses anos.
- Me desculpem. Ele sofreu um Traumatismo craniano. Todos os órgãos estão em perfeito estado mas o Cérebro...é morte encefálica...

"Na hora...eu já não sabia mais o que pensar. Perder a pessoa que você ama...não é fácil, é como se eu...tivesse perdido uma parte minha...é como se um lado meu, já não existisse mais."


Depois de dois dias internado, seus pais finalmente decidiram tomar alguma ação. Sehun...não estava vivo afinal...era morte cerebral, nunca mais poderia acordar. Decidiram doar seus órgãos para uso de estudos e pesquisas educacionais. Sehun estranhamente, havia dito que se morresse, gostaria que doassem seus órgãos para a ciência...e assim fizeram.

"Eu as vezes me pego pensando em por que não disse que o amava?

Que o amava a cada batida do meu coração

Que sem ele, eu não estava completo

E assim estou agora...sem uma parte de mim.

Lembro do tempo em que assistiamos o filme Simplesmente Acontece, sempre foi meu favorito. Sehun, pelo contrário odiava, reclaclava que era muito clichê mas dizia que se fosse assistir comigo, estava tudo bem, pois minha companhia deixava tudo melhor e agradável.

Eu continuo assistindo...e assistindo todos os dias e em todas as vezes, eu choro, não por o filme ser lindo ou por ser meu predileto...Mas sim, pois sinto a falta dele.

As vezes...

Eu só...eu só queria não existir mais.

Eu simplesmente...não sinto nada...

Eu só sinto...

Falta dele por perto."

20 de janeiro de 2050.

In Your HeartBeatOnde histórias criam vida. Descubra agora