Asas da Descrença

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A cabeça de Jungkook não parava de latejar noite após noite depois de seu encontro com o Jimin

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A cabeça de Jungkook não parava de latejar noite após noite depois de seu encontro com o Jimin. Tinha se controlado para não encará-lo quando o deixou sozinho no camarim e, desde então, evitava se aproximar ou prolongar qualquer contato visual com medo das sensações que apossaram de seu corpo daquele vez.

Foi estranho passar por uma experiência, na qual sentiu-se bem e acolhido de uma forma tão familiar e coincidentemente desconhecida para si. Transava com dançarino muito mais do que era capaz de contar; por vezes varando a noite com ele em algum lugar daquele teatro, perdidos em somente dar prazer um ao outro, sem qualquer envolvimento emocional ou toques excessivamente gentis, pelo menos no seu ponto de vista.

Afinal, Jimin possuía uma beleza exorbitante e um corpo, ou melhor bunda, lapidada por deuses. Seria louco se negasse tais fatos e, muito mais, se dissesse que não detinha de qualquer atração sexual por ele. Contudo, os seus desejos paravam por ali. Pensava que não o conhecia a fundo para desfrutarem de um envolvimento sentimental, mas, sempre que olhava atentamente para aqueles olhos azuis e encontrava o sinal de um brilho singelo, era como se algo dentro de si gritasse que as suas percepções estavam erradas e que o que vivera não condizia com a realidade, deixando Jungkook extremamente confuso quanto ao que deveria fazer.

Dias já haviam-se passado. Nada acalmava os seus nervos, seus ombros pareciam constantemente pesados e, para piorar, sonhara com Jimin naquela madrugada. Não entendeu ao certo o que acontecia, mas o rapaz tinha em mãos alguns apetrechos e montava consigo o que aparentavam ser artefatos pessoais.

Os dois riam de bobagens avulsas, trocavam cársicas calorosas e o Park se mostrava feliz na sua companhia; ao contrário daquele que conhecera e vinha ao seu encontro inúmeras vezes, chorando como se tivesse o coração partido, e que, posteriormente, se tornou frio e distante.

Jungkook sentia-se perdido. Conheceu Jimin quando inaugurou o teatro, depois de reformá-lo para deixá-lo maior, e logo tratou de contratar o dançarino, por ter ouvido sobre ele em alguma de suas reuniões com seus patrocinadores. Então nunca entendeu o porquê do outro o tratar como se fossem companheiros de longa data.

Lembrava-se da primeira vez que o viu. Fazia questão de morar na grande casa teatral para ficar à par de tudo o que acontecia por ali de perto, tratando de também deixar o seu quarto bem no topo da estrutura como forma de se manter afastado do barulho do público e das apresentações.

Tinha acabado de sair de seu aposento para circular pela construção ainda vazia, quando o viu correndo em sua direção com um enorme sorriso no rosto. Jimin o chamava repetidamente pelo nome, ao mesmo tempo que enroscou os braços no seu pescoço, em um abraço apertado.

Ele começou a falar sobre o quão feliz estava por terem voltado aos eixos, mas Jungkook não compreendia o que o rapaz queria dizer. Como assim eles? Jeon tinha erguido aquilo tudo sozinho com o seu trabalho duro. Mal conhecia Jimin e nunca havia trocado sequer uma palavra com ele, então, assustado por conta do repentino contato, de quem ele julgava ser um desconhecido, afastou o Park bruscamente, pedindo por espaço.

O Último Canto do CisneWhere stories live. Discover now