Sara está na sua casa fazendo pipoca e esperando a visita de sua namorada. Ela liga a tv e coloca "terror" na categoria de filmes na netflix. Cansada de esperar Sara tenta falar com Gaby ligando para ela.
- Cadê você? - Pergunta Sara
- Estou chegando amor, é que meu chefe não queria me liberar.
- E você está mais ou menos onde?
- Estou na empresa. Já pedi o uber, estou esperando.
- É que eu tô com tédio.
- Amor, faz disso, derrete aquela barra de chocolate que tem no armário e faz pipoca doce, você sabe que eu amo.
- Isso é um tchau, Gaby? - Pergunta Sara um pouco chateada.
- Isso é um até logo amor. Agora tenho que desligar. Estou no meio da rua e posso ser assaltada. Beijos. - Diz Gaby já desligando o celular.Sara vai em direção a cozinha e pega a barra de chocolate no armario.
Seu celular toca de novo, dessa vez um numero privado.- Oi? - Diz Sara
- Oi, tudo bem?
- Tudo sim, quem é?
- Uma pessoa muito especial.
- Ai Gaby, deixa de ser infantil, tira esse aplicativo que muda de voz e conversa comigo direito. - Diz Sara colocando a barra de chocolate do microondas
- Não gostou da minha voz?
- Achei muito besta, tira.
- Ai não, eu gosto dessa voz.
- Queria saber que horas você vai chegar.
- Mas eu já cheguei.
- É? Pensei que tava no uber.
- Já escolheu nosso filme?
- Não, ainda não, tô entre invocação do mal e brinquedo assassino.
- Dois filmes previsiveis.
- Invocação do mal sim. Brinquedo assassino é de longe o pior filme de terror de todas as gerações mas por incrivel que pareça eu gosto. - Diz Sara sentando no sofá.
- Gosta do Chucky?
- Demais.
- É uma franquia de filmes bem confusa, você não acha?
- Amor, não quero falar de filmes, quero que você chegue logo.
- Que fofa, mal me conhece e já me chama de amor.
- Gaby, essa brincadeira ta ficando chata.
- Mas eu não sou a Gaby.
- Não? E quem é?
- Eu sou a ultima pessoa que você vai ver na sua vida...
- Nossa, você ultrapassou o clichê. Não estamos em Scream
- Ah, estamos sim, e você é a nova versão da primeira morte. Junta o clichê da adolescente burra com os peitões com a modernidade lgbtq e bum, Sara Uchôa. A menina bonita e bissexual.
- Quer dizer que estamos num filme?
- Sim, estamos. Mas dessa vez a atuação precisa ser perfeita. Corra, grite, dê o seu melhor.
- Não estamos na merda de um filme. E eu sugiro que você pare ou eu ligo pra policia. - Diz Sara andando até a cozinha e pegando uma faca.
- Pra policia do Brasil? Vai em frente.
- Eu não estou brincando.
- Eu também não estou brincando sua vadia estupida. Você já sabe que vai morrer. O que você prefere, que todo mundo te reconheça ou que só fiquem sabendo de como foi sua morte através de uma atriz meia tigela? - Diz ele com raiva
- Eu não posso morrer, idiota. Vai contra as regras. Eu sou da comunidade lgbtq e se isso fosse realmente um filme eu não poderia morrer.
- Que bobinha. Em que década acha que estamos? As coisas mudaram, o novo é o que eles procuram.
- Você quer uma novidade? Tudo fora do padrão, a garotinha burra pode ser outra pessoa, eu posso sobreviver e assim mudar a sequência das coisas. - Diz Sara trancando as portas e janelas de casa
- Isso só daria certo se você não cometesse nenhum erro.
- Eu não cometo erros, eu assisti Scream.
- Não? E o que você acabou de fazer? Trancar portas e janelas é a pior burrice cometida nos filmes de terror, você não sabe se estou dentro ou fora de casa.
- Tem razão. - Diz Sara
- Eu sei que sim. Agora vamos parar com esse clichê e ir direto ao ponto principal.
- Eu devo....correr?
- Já deveria estar correndo.
- Eu tenho asma, okay? Cansei dessa brincadeira. - Diz Sara subindo as escadas rapidamente.
- Erros, erros e mais erros. Subindo as escadas enquanto deveria correr direto pra saída.
- Tchau, idiota. - Sara desliga o celular e corre direto pro quarto.Sara tranca a porta e coloca um móvel na frente. Seu celular toca novamente.
- O que é? - Pergunta Sara com raiva
- Erros e mais erros. Você é a prova viva que o novo precisa ter um pouco de clichê.
- Você que pensa. - Sara corre até sua varanda quando uma pessoa fantasiada de ghostface aparece e enfia uma faca em sua barriga.
- Foi rapido, né? - Pergunta o assassino
Sara coloca a mão na máscara do assassino e a tira. Ela não consegue falar. Ela deita lentamente quando o assassino com uma câmera na mão distribui facadas em seu corpo.- Você? - Pergunta Sara já agonizando quando sem piedade o assassino enfia a faca lentamente em seu pescoço e sai rasgando.
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Pânico
TerrorUm grupo de jovens do ensino médio começam a ser ameaçados por um serial killer.