Capítulo I

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   Abro os olhos e a dor me brinda com ardor  em seguida o gosto de sangue preenche minha boca se unindo com a sensação dilaceradora que toma conta do meu corpo, sou dominada pelo sofrimento e não consigo conter um gemido abafado em protesto, as lágrimas que escorrem pelo meus rosto parecem gritos desesperados da minha alma.
Luto com minhas pernas e apoio minhas mãos no chão em uma tentativa falha de me levantar; sinto meu rosto se chocar violentamente contra o mármore e imediatamente uma latência perfura minha cabeça e o gosto de sangue se acentua.
Certa dormência se alastra pelo meu corpo roubando as poucas forças que me restavam, tornando minha respiração cada vez mais irregular, era como se a morte se anunciasse para mim.
Observo meus dedos trêmulos se afundarem na poça de sangue ali presente, causando
uma confusão em minha mente. Aquele sangue não era meu. Eu não estava sozinha.
Me desperto do transe de dor e sofrimento e minha mente clareia tomando consciência da situação. Eu tinha que achar alguma fonte de energia.
Com dificuldade levanto meu olhar e tento enxergar algo além da escuridão perturbadora daquela cela. Sou guiada pela fraca claridade do luar até as fiações precárias daquele edifício. Ao me aproximar sinto meu corpo ansiar por aquilo, rastejo cada vez com mais urgência tendo que me desvencilhar de alguns corpos, meus movimentos são precisos e rápidos e tudo está acelerado em minha mente, até o momento em que rompo os fios.
Nesse instante sinto o calor se espelhara pela
minha espinha, entrar nas minhas veias, nos meus ossos e pulsar por todo o meu corpo. O sofrimento some na mesma intensidade em que a eletricidade vem, se unindo a minha carne, fazendo com que cada nervo meu grite me trazendo de volta à vida. Ouço o estilhaçar das lâmpadas cuspindo eletricidade e acariciando minhas mãos, estremeço com a sensação a qual me agrada muito. Dominada pelo poder e por toda aquela força, caio de joelhos e solto um grito longo e forte, não um grito de dor, de tristeza ou de desespero mas um grito de liberdade, a minha liberdade recuperada e que nada nem a poeira que adentra em minha garganta poderá abafa-lá.
De repente o grito é substituído por um som ensurdecedor que preenche os meus ouvidos, junto com o vazio que se estende.

Abro os olhos assustada suando muito, olho apavorada ao meu redor não conseguindo a princípio assimilar onde estou, ficando cada vez mais desesperada.
Sinto alguém se agachar ao meu lado enquanto apoia suas mãos em meus ombros. Ao vislumbrar seus olhos cor de esmeralda consigo me recordar de tudo e desejo desesperadamente que aquilo não passe de um sonho.

- Acho que você não tem outra opção a não ser confiar em nós- ele responde com um meio sorriso convencido que por alguma razão fez meu sangue ferver, Deus como eu já odiava esse garoto.

- Tá bom. Mas eu quero respostas para tudo isso. Eu preciso de respostas! - por mais que lutasse contra o tom de súplica em minha voz era evidente

- E você as terá - ele faz uma pausa firmando seu olhar no meu - eu prometo.

Enquanto caminhávamos em direção ao desconhecido eu repassava os acontecimentos daquele dia em minha mente tentando encontrar alguma explicação implícita.

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Ooi anjos, tudo bem? Então essa é a minha primeira fanfic e vou admitir que tô bem nervosa. Espero que vcs gostem!❤️

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