Após o nosso momento alaranjado na praça nós voltamos pra casa conversando sobre memórias passadas como dois velhos.
Aquele dia comum foi um mar de emoções e cada carga, seja negativa ou positiva, fizeram aquilo tão intenso. Quando cheguei em casa depois de um banho e de um jantar delicioso feito por mamãe eu simplesmente adormeci, cansado de sentir.
Era sábado, dia de sono e preguiça. Já passava das dez da manhã quando infelizmente acordei.
Batidas na porta assustaram a mim e ao meu gato, o Kimchi. Ele dormia tão preguiçoso na minha barriga.
Coitados de nós Kimchi, incomodados durante o descanso mais que merecido.
Ouço outra batida na porta.
No fundo ainda tinha esperanças de que desistissem, coisa que não aconteceu.
Droga vou ter que levantar, a porta tá trancada.
Com um pouco de resistência, consigo tirar Kimchi da minha barriga.
Eu sei filho, sei como dói.
-Quem é? - Digo já me levantando e andando em direção às batidas.
A resposta demora a vir e quando abro a porta me encontro com aquele olhar intenso.
-É o Taehyung. - Ele diz me olhando com aqueles olhos, seu cabelo está bagunçado mas não aparenta ter acordado recentemente.
Droga Taehyung eu vou te matar, comer seu coração com farinha eu vou te torturar cara.
-Desculpa por te acordar. - Ele diz ao que parece finalmente notar minha cara de sono.
-Tá, tanto faz.
Tanto faz uma ova, verbaliza que vai destruir a vida dele e queimar sua casa. Mau humor caralho, dez da manhã. VERBALIZA.
-Entra cara. - Digo quando ainda vejo ele parado na porta do quarto.
É, tem algo de errado comigo.
-Sua mãe me deixou subir, disse que já tava na hora de você acordar. - Ele disse se sentando na beirada da cama enquanto eu voltava a me enrolar.
Não saio daqui nem fodendo.
-Ela odeia preguiça. - Tempo para bocejar. - Aí eu nasci, castigo e ela que lute.
-Você nunca será um castigo Jungo.
Ele tá tão sério, meu Deus calma foi uma brincadeira.
-Brincadeira Taehyungie. - Sorrio ainda sonolento. - Eu sou o bebê da mamãe, uma benção.
Deuses ele não suavizou a expressão, parece que ele vai me bater.
Sério se Taehyung não detestasse violência agora eu levaria uma coça.
-Então... - Pigarreio (Sim, vi isso em um livro e estou utilizando esse recurso pra fugir dessa situação embaraçosa) - O que te trás aqui as dez da manhã?
-São quase onze Jungo e eu... Sei lá... Queria te ver.
Não, Kim Taehyung não é só por isso. Sua falha nas palavras denunciam toda a mentira.
Droga eu odeio quando mente pra mim. Somos amigos a sei lá, desde que nasci, e a coisa que mais odeio é isso.
Não esconda suas dores de mim.
-Tae... - Começo calmo, ele ainda está olhando em meus olhos como se aguardasse por algo. - Eles estão brigando não é?
Sim, eu perguntei. Não estou querendo torturar ele ou algo assim, eu só não quero que ele esconda coisas tão importantes de mim. Isso é algo que minha adolescência permite, o egoísmo.

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TEMPUS | {Taekook}
FanfictionJeon Jungkook no auge dos seus dezesseis anos carrega consigo apenas uma certeza: É completamente apaixonado por Park Jimin, seu amigo de infância. O que ele não sabia é que toda certeza é incerta, e a vida acaba o surpreendendo quando reconhece em...