Capítulo 1

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Era sete e meia da manhã, o dia parecia incrível para quem quisesse ir à praia ou sair com seus cachorros para passear. A vizinhança era tranquila e isso dava a rua um clima amigável e perfeito para quem buscasse a calmaria e a pacificidade. E esse clima não era diferente dentro da casa dos Smith's, onde um casal, formado por Erwin e sua esposa Hanji, conviviam em uma rotina pacata, harmoniosa e bastante amorosa junto de seu filhinho de quatro patas, Levi. Um gatinho preto que possuía uma marquinha branca de nascença abaixo de seu queixo, como se fosse uma linda e fofa gravatinha, como Erwin gostava de pensar.

Erwin Smith, um empresário da empresa de sua família e casado há sete anos com Hanji, uma biomédica que era louca por sua profissão. Eles não viam necessidade de terem filhos, sentiam-se felizes do jeito que estavam indo. O casamento era algo sagrado para eles, que faziam jus à promessa feita no altar mesmo quando não estavam em seu melhor dia.

Há exatamente três anos, quando voltava da floricultura com um presente para surpreender a mulher por ter conseguido promoção de cargo, ao encontrar a cura para um novo vírus junto de seus companheiros de trabalho, Erwin teve sua atenção voltada para um pequeno filhote de gato jogado para morrer de fome na rua, e apesar de não ter muito jeito com animais, ele não podia deixar aquele pobre filhote abandonado. Então ele o pegou. A princípio, iria cuidar e depois doá-lo, mas quando viu a reação de sua mulher ao ver o pequeno ser em suas mãos, mudou de ideia no mesmo instante.

Levi.

Ele jura que ainda podia lembrar do brilho no olhar da Hanji quando ela deu o nome ao pequeno gato, e isso esquentava o seu coração toda vez. Os primeiros dias foram cansativos, Levi miava muito e de instante em instante pedia leite. Erwin ainda tem as fotos dele mamando na mamadeira. Sim, isso mesmo, mamadeira. E olha que não foi fácil se livrar desse vício que o gatinho tinha. Mas o que importa era que Levi havia... Certo, dizer que ele havia crescido seria uma grande piada direcionada ao pobre gato. Levi era um gato de estatura pequena, mas não um muchickin como sua esposa adorava chamá-lo.

"Levi, venha comer." falou Erwin ao terminar de pôr o sachê de peixe separado da ração, que ficava em outro potinho, já que o pequeno odiava misturas em sua comida. "Vêm, dengo."

Espiando de relance a caixa que usaria para prendê-lo, Erwin tentou não demonstrar sua ansiedade. Ele odiava ter que levá-lo ao veterinário. Qual é?! Mesmo que seu menino fosse duro na queda, uma injeção nunca é indolor. Mas dessa vez Erwin estava indo confiante, tinha até feito um juramento para Hanji que não choraria caso ele precisasse tomar alguma injeção, algo impossível considerando que Levi está com a carteirinha fechada de todas as injeções certinhas que tomou.

"Psipsipsi. Vêm comer, dengo." chamou novamente, não estranhando quando ele não apareceu. Ele era inteligente demais, já deve estar sentindo que iria ao veterinário. Mas o que podia fazer? Há duas semanas atrás Levi saiu e só voltou no outro dia, desde então ele tem comido muito pouco e o quando come sempre é exigente demais.

Indo até sua sala, onde havia diversas coisas do Levi, desde um castelo que mandou fazer, arranhadores, casa com rede, brinquedos e um tipo de parque de diversões feito na parede, ele tentou encontrá-lo por lá.

"Comprei aquele sachê que você ama. Não irá querer?"

Hanji, que observava a cena com um pequeno sorriso divertido estampado em seu rosto, saiu da porta, onde estava escorada, e foi até o marido com um pote em mãos. "Sabe que ele não vai querer, né? Ele comeu isso ontem, não vai querer hoje."

Amores RedobradosOnde histórias criam vida. Descubra agora