Trust

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Confiança.

Isso era algo que eu não conseguia ter. Não com Caliban, nem com Nicholas. Deusas, nem com o Harvey ou até mesmo o Salém. Esses últimos dois,quem eu mais confiava e acreditava. Até alguns dias atrás.
Bem, eu deveria começar esse pequeno diário entre nós duas mãe, lhe contando melhor o que aconteceu. Depois do resgate de Nick do inferno, um grupo desconhecido de crentes de algum deus esquecido e a queda do coven, as coisas se tornaram incrivelmente complicadas de se lidar. Tia Z, está fumando loucamente; Ambrose finalmente voltou de sua caçada, porém mais machucado do que nunca e... Acho que a Tia Hilda é a única que tem boas noticias.

E eu, você deve estar se perguntando. Bem, ser filha do Lorde das Trevas carregam vários benefícios e problemas. Veja bem, assim que coloquei meus pés no inferno os problemas começaram. Lilith não parecia acostumada com tanto poder e ao mesmo tempo, a tentativa de ser privada dele. Os reis, negavam a ela as decisões maiores exigindo que a palavra final fosse de um Morningstar.
E colocando os pés dentro daquele palácio, as perguntas e decisões foram todas jogadas em cima de mim. Caliban, o homem/demônio feito do barro do inferno, foi me apresentado como meu noivo. Meu pretendente, uma vez que ele estava conseguindo manter o inferno com suas rédeas e impedindo revoltas.

O primeiro pedido veio ali.
"Confie em mim, princesa, e serás a mais poderosa rainha que o inferno jamais temeu."


O segundo viria com Nicholas.
Após sairmos de lá às pressas meu ex-namorado, e pai ao mesmo tempo, acordaram. Durante três dias eu quase morri, entre ácaros e muito pó, dentro da biblioteca pesquisando como separar almas. E depois quase me feri gravemente executando o feitiço.
Quando Nicholas se libertou finalmente, eu pude ver por um segundo aquele mesmo sorriso que recebi dele quando saímos juntos meses atrás. Pude me sentir mais leve, contudo logo o sorriso se desfez. Eu agora só via descrença e tristeza no olhar dele. Magoa seria a palavra mais exata.
Foram mais dois dias, que pareciam semanas ou meses, com aquele humor fechado. Até chegarmos à essa manhã. Quando a panela de pressão estourou de vez. O tempo que ele passou com o Lorde das Trevas, tornou-o seco, áspero e direto como nunca havia sido.

"Eu lhe pedi apenas que confiasse em mim, Sabrina. Nada mais. Mas como posso saber se confias em mim, quando não pode respeitar o que eu fiz por ti? Isso faz com que eu não valha a pena, Sabrina. Porém se não confia em mim, talvez não seja você que valha a pena ."

Eu. Bem, eu não posso mentir mãe. Eu não pensei o que minhas ações significavam para o Nick. E só fui perceber, depois.

No meio disso, tive outro problema e o terceiro pedido veio dali. Já faziam alguns dias que Harvey, Ross e Theo haviam ficado de me dar notícias sobre como estavam. A viagem ao inferno não tinha feito nenhum bom a eles, principalmente o Harvey depois de tudo que havia passado com seu irmão. Soltar a alma fora apenas um pequeno passo e parecia ter ajudado de alguma forma, todavia segundo a Ross ele parecia estar sofrendo cada vez mais com sonhos sobre o inferno.
E para melhorar, os visitantes, bem, não são tão pacíficos quanto pareciam. Theo havia escutado algo sobre a cidade ser mágica ou carregar uma áurea mágica forte o bastante para que o ritual de retorno fosse executado. O que deixou tia Zelda irritada e do jeito que está agora. Fumando mais do que nunca. Principalmente ao saber que meus amigos estariam mondando um plano e agindo. Sem a consulta de ninguém.

"Você confia em mim, Brina? Você me levou pro inferno, e eu confiei em ti. Agora eu quero fazer algo para resolver esse problema. Por favor, confie."

E então os meus problemas escalaram.

Para chegar ao final de tudo isso temos Salém. Meu amado e querido gatinho, ou melhor, companheiro e familiar. Ele havia decido para o inferno conosco. Quase foi ferido, mas durante os meus três dias de vivência dentro da biblioteca do coven, se recuperou e rascava as cartas que recebia de Caliban.
Salém não pedia por nada. Ele parecia estar ali sendo o único que não queria que eu me explicasse. Até ontem, quando apareceu com um livro e um pedido. Torná-lo humano. Ou melhor, dar a liberdade dele se transformar em um humano.
É nesses momentos que vejo mãe, que as tias tem razão. Eu sou ainda muito ingênua. Talvez até inocente. Pois eu decidi dar essa liberdade para Salém. O feitiço era simples e assim que foi conjurado o gato preto na minha frente tomou forma de um homem de cabelos encaracolados e loiros, olhos penetrantes e com uma marca vermelha ao redor deles. Ele era levemente mais alto que eu e com toda certeza, mais forte.
Havia algo nele que me atraía mãe. Contudo ao mesmo tempo, havia algo que me dizia que eu não deveria me aproximar. Eu tive memórias confusas surgindo ao meu redor. Antes que eu pudesse tomar alguma ação eu ouvi.

"Confie em mim Sabrina. Como você confiava na sua outra vida."


E assim, ele sumiu. Eu sei que não deve ser nada bom para a minha saúde estar escrevendo isso tudo para ti no telhado de casa. Só que são tantas coisas dentro de minha cabeça, mãe, que apenas o vento da calada da noite está acalmando essa minha cabeça quente.

Eu queria que pudesse estar aqui para me ajudar...

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⏰ Last updated: Mar 23, 2020 ⏰

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