c a p í t u l o - 4

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C L A I R E F I S H E R

Aproximar-me daquele lugar era como voltar ao passado

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Aproximar-me daquele lugar era como voltar ao passado.

Um em que eu era apenas uma garota de dez anos me despedindo da minha mãe enquanto encarava aquela grande construção.

Lembro como se fosse hoje.

A garotinha nova vinda de um estado diferente, isso foi o mínimo para que me atormentassem durante todo resto da minha vida escolar.

Montpelier não era de todo ruim, tinha suas vantagens, pelo menos quando morávamos lá. Meu pai era um ótimo ruralista e seus negócios iam cada vez melhor, o que eram bom para nós, porém tudo mudou num dia específico.

9 anos atrás...

A noite era tranquila, assim como todas as outras na fazenda - pelo menos era o que achava. Estávamos reunidos na sala, todos sentados em volta da lareira e eu brincando com Duck, meu filhote de golden que havia ganhado de aniversário há duas semanas. Seu nome era esse porque quando meu pai chegou com uma caixa pequena e com alguns furos, pensei ser um patinho, mas me enganei.

Foi naquele momento, com apenas 10 anos, que percebi que nem tudo é o que parece.

Meu pai encarou minha mãe dando-lhe um sorriso alegre e então fez um anúncio:

- Querida, tenho uma notícia que você vai adorar - Helena Gunter Fisher olhou-o intrigada e sorriu de volta, incentivando-o a contar a novidade. - Nós iremos para Connecticut.

Soltei os pelos dourados do meu cachorro e corri meu olhos aos mais velhos.

- Então significa que os negócios com o senhor Scott deram certo? Nossa empresa finalmente tomará um grande rumo? - Nesse instante minha mãe levantou-se do sofá e foi abraçar meu pai, o qual concordava com todas a indagações de minha mãe enquanto a girava no ar.

Eu poderia ser muito pequena na época, mas tinha noção de que minha vida não seria mais a mesma.

Sabia que teria que deixar meu colegas, sabia que a fazenda não estaria mais em nossas mãos e que eu nunca mais conseguiria cuidar dos meus bichinhos. O local iria para o nome de outra pessoa, mas meus pais ainda teriam que tomar conta da fazenda de longe, já que toda nossa renda familiar vinha desse estabelecimento.

Elizabeth endireitou-se no sofá e seus olhos se voltaram a mim.

A garota de seis anos também estava preocupada, pois sabia que teria que abrir mão das pequenas coisas que a alegravam.

A mudança foi muito rápida.

A casa nova era grande, porém o quintal não se comparava ao antigo, a distância entre a entrada e a calçada não chegava a ter seis metros enquanto na fazenda tínhamos um campo em volta de toda a casa. O bairro era imenso e tínhamos muitos vizinhos, os quais pensavam que éramos alienígenas, porque eu nunca vi tanta curiosidade em conhecer a gente.

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