Silêncio da noite

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O mundo é dividido entre nós, fortes e poderosos alfas, e eles, fracos e insignificantes ômegas, feitos para nos satisfazer. Seja nos dando sangue, que nos fortalece, nos nutre, nos mantém viris. Seja nos dando prazer, fazendo sexo na hora e do jeito que queremos. Seja nos sendo útil, ao ser obedientes e fazer coisas que nós não queremos fazer. Essa é a essência de um ômega. Pra isso que eles foram feitos. Ômegas foram criados para serem usados. E não podiam fugir disso nem se o quisessem.

...E um grito esganiçado quebrou o silêncio da noite outrora tranquila...

Após uma jornada intensa de trabalho nas ruas daquela cidade suja, finalmente havia sido liberado. Trabalhava como policial, então meu trabalho se resumia em fazer rondas, garantir a segurança dos cidadãos e dos soldados, e apreender drogas e outras coisas ilegais. Isso em teoria. Na realidade eu adorava me sentir superior. E fazia as minhas "artimanhas" para conseguir dinheiro a mais. Como revender as drogas apreendidas, receber dinheiro sujo seja pra fechar os olhos pra determinadas ilegalidades, seja pra ir fazer operações em comunidades rivais fora de tempo, pra matar pessoas selecionadas. Com isso ia ganhando poder e respeito tanto na polícia quanto fora dela.

Pego minha moto e eu sentia que precisava relaxar. Precisava de um ômega. Pelo menos uma vez por semana eu saía pra "caçar". Sangue não era absurdamente necessário para nós. Alguns alfas eram "vegetarianos". Mas fazer isso era negar sua natureza, seria como viver com sede e fraco. Eu gostava tanto do ato de caçar quanto do sabor do sangue. Quando eu estava em meu período de cio, pegava dezenas deles por noite. Era um pouco angustiante esses tempos. Acontecia de 6 em 6 meses, mas eu não era muito regular em relação ao dia. Vinha muito forte, e eu não conseguia trabalhar. Ficava muito mais agressivo do que normalmente, uma libido simplismente insaciável. Não conseguia passar mais de algumas horas sem sexo.

E eu não precisava forçar nada, como amarrá-los, fazer ameaças, ou coisa parecida. Basta um deles sentir meu cheiro, que se entrega pra mim sem pensar duas vezes. Vantagens de ser um alfa lúpus.

Fico a espreita, escondido no meio do mato, perto de minha moto. Algumas pessoas passavam, entre elas alguns ômegas, mas nenhum deles me atraia o suficiente.

Até que o vi.

Eu não sabia se tratava de homem, ou mulher, se era transgênero ou cis. Ele caminhava com movimentos atraentes, parecia que seus quadris tinham vida própria. Um shorts bem curtinho, cabelos loiros, pele bem tratada, lábios carnudos. Suas roupas femininas e seu jeito extremamente afeminado eram o que me causavam confusão, com um leve enchimento no peitoral que pareciam seios. E suas bochechas rosadas era para mim sinal de sangue correndo nas veias. Seu cheiro era forte, doce, embriagante. Me fazia até ficar tonto. Era um ômega lúpus.

Ômegas lúpus eram indivíduos vindos do raro cruzamento entre dois ômegas. Como eu, que tinha vindo de um cruzamento entre alfas. Isso nos torna um em um milhão no universo. Eram como jóias raras. É tudo mais forte em lúpus: os hormônios, os feromônios, a aparência. O sangue. Dizem que o sangue de um lúpus pode te levar ao céu em uma experiência sobrenatural. Não sei se acredito nisso, mas eu adoraria provar.

Caminho lentamente em sua direção, e ele parecia tremer e andar com dificuldade, pelo meu cheiro. Se segurou em um poste, e não conseguiu mais prosseguir. Tinha um olhar cansado, e parecia dizer alguns xingamentos quando eu o agarrei em meus braços, o assustando. Quando nossos olhos se encontraram, demorou um bom tempo pra que ele dissesse algo. Ele era levemente mais alto que eu, mas era magro e frágil, o que facilitava pra que facilmente eu pudesse o imobilizar.

- Quem é você?

Dou um leve sorriso sarcástico, e ponho meu nariz em seu pescoço pra sentir seu cheiro, fazendo minha boca salivar. Seu cheiro doce me embriagava, e em pouco tempo eu fiquei excitado. Podia sentir o cheiro de sangue correndo por suas veias.

- Estou com tanta sede...

Ele tentava me empurrar em vão, e eu olho pro chão, vendo que havia uma pequena poça de líquido derramado. Arqueei a sombrancelha olhando pra ele. Estava no ápice do seu cio. Bem que eu deveria ter desconfiado. Seus quadris salientes, aquela postura, as roupas curtas e os lábios vermelhos. Sua expressão praticamente me implorava para que eu parasse com aquela tortura, mas suas palavras me confirmaram. Ele espremia as pernas, agoniado.

- Por favor... Acabe logo com isso...

Levanto seu corpo o colocando em meus ombros, e o levo pro mato onde deixei minha moto. A noite estava bonita, com clima ameno, e era lua cheia. O chão estava um pouco frio, mas a graminha macia que o cobria ajudava, por isso não machucava suas costas.

O deito no chão, e ele olha pra mim com aquele olhar ansioso. Vou tirando minha camisa lentamente, exibindo minhas diversas tatuagens. Eu tenho os braços fechados de tatoos, até em minhas mãos. Meus peitorais são também bem tatuados, e eu me orgulhava de cada uma delas. Ele pareceu ter gostado, pois ficou com um cheiro mais forte ainda. Eu tremi e comecei a suar.

- Se controle, ou não vou conseguir nem me mexer.

Olho pra ele e me encaixo entre suas pernas, rasgando suas roupas usando minhas mãos e dentes, sem cuidado nenhum, o deixando totalmente nú. Começo a o amassar com minhas mãos grandes, sentindo seu pequeno pênis duro contra minha barriga. Ele gemia manhoso, com voz fina, e aquilo era como música pros meus ouvidos. Passava a mão por meus braços e músculos, e eu me esfregava em seu corpo.

Passo a minha mão lentamente por sua coxa, apertando, cravando minhas unhas, e rangendo baixo e rouco. Meus instintos de alfa estavam aflorados por aquele ômega me estimulando.

Ponho suas mãos acima da sua cabeça, prendendo seus pulsos com minhas mãos. Ele gemia e rebolava contra meus quadris, tentando se aliviar, e meus olhos brilhavam ao ver aquele garoto em minhas mãos, descontrolado.

Cravo minhas presas na pele de seu pescoço lentamente.

...E um grito esganiçado quebrou o silêncio da noite outrora tranquila...

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