Prólogo

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E então naquela vastidão dominada pela escuridão, percebeu-se um pequeno ponto de luz, que aos poucos foi se intensificando até que não resistiu e ouviu-se uma forte explosão. Um tilintar agudo, que conforme viajava e ganhava a escuridão tinha certa ronquidão. E assim foi por eras.

Em meio há bilhões de pontos luminosos, existiu um que chamou a atenção. Uma grande esfera flamejante, cheia de vitalidade e poder. Esta esfera ainda não tinha nome, assim como tudo, mas conforme o tempo passava, ela se intitulou como Sölly.

Tão estranhamente, quanto Sölly havia criado a capacidade de pensar, ele ouviu uma voz melodiosa a sua frente. A principio não fez muito sentindo o que aquelas palavras queriam dizer, e levou-se anos até que ele pudesse distingui-las.

– Quem é você que interpela meus pensamentos? – disse ele com a voz austera.

– Sou apenas mais uma das criações divinas. – ouviu ele algum tempo depois.

– Bem acredito de quem vos fala. Ele, nosso senhor. – enviou Sölly – Mas neste lugar, quem rege sou eu.

– Um regente?

– Um rei!

– Não posso acreditar que o que vossa majestade alega, seja de fato real. – respondeu a voz debochadamente.

– E porque acredita que eu esteja mentindo?

– Porque o divino jamais daria sua criação a outrem.

– E quem vos pensa que é para cogitar as atitudes que o divino tomaria?

– Assim como você, e como já dito, sou também uma de suas criações, sou Lyha, assim como você é Sölly.

– Como sabe meu nome? – indagou ele – Estive sozinho durante eras em meio as estrelas, e jamais enviei meu nome, para longe de meus pensamentos.

– Eu ficaria honrada em poder explicar, mas nem tudo eu sei, e o que sei apenas sei por que devo saber.

– Disse a palavra honrada, és então o meu oposto?

– Sim, sou! E não acredito que não consegue me ver.

– Eu vejo muito, mas devo admitir que não a senhorita. É algum astro muito pequeno, eu acredito.

– Pois bem, assim devo ser. – disse ela ainda com sua voz harmoniosa – Mas eu o vejo, uma grande esfera flamejante, poderosa em maestria. Eu devo pedir desculpas, mas se o senhor não se acalmar, logo eu também irei partir. Alivie seu coração e sua mente, para que tanto eu, quanto os outros possam amadurecer. Seus raios vívidos chegam a mim e me aquecem de uma forma a me incomodar.

– Eu é que peço desculpas, minha gentil donzela. Espero que quando minha voz chegar aos seus ouvidos, o calor já não seja tão intenso.

– Sim, eu já posso respirar, tanto quanto nosso querido filho.

– Filho? Não faço ideia do que isso possa significar.

– Oras, somos deuses deste super espaço que nos foi concedido. O senhor não se elegeu Rei? Então agora olhe a sua volta e veja cada ponto a sua frente, estes são seus filhos. E este é o meu, o qual eu estou mais próxima, o qual me sinto lisonjeada em poder ajudar no seu crescimento.

– Se somos deuses, acredito que devamos então permanecer juntos.

– E como acha que resolveríamos este problema, meu nobre senhor? O senhor mal consegue me ver, quanto mais estar junto a mim.

– Terá um dia, dentre as eras que chegarão que eu a verei, e nesse dia usarei a força que me foi concebida para dar a mim esta grande oportunidade.

Guerreiros de GálerOnde histórias criam vida. Descubra agora