Capítulo I

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   Tempos de guerras são sempre imprevisíveis, a qualquer momento pode acontecer uma grande tragédia que pode desequilibrar um reino inteiro... Foi o que aconteceu com o reino de Germânia.

   Os governantes de Germânia partiram para uma viagem de negociação com o reino vizinho, mas quem diria que seriam traídos daquela forma? Ouviu-se apenas a notícia no imenso castelo.

— O rei e a rainha foram assassinados por soldados de Romana. — A frase era pronunciada por conselheiros reais.

   Essa triste notícia chegou de uma forma inesperada para a princesa Isabel, herdeira de Germânia, com apenas seus 16 anos de idade deveria assumir o trono e lidar com a futura guerra que estava por vim.

   Isabel sem poder lidar com o luto de sua perda, planejou um ataque ao reino de Romana, era sua primeira ordem como rainha. Por ser jovem demais, os conselheiros ficaram receosos em cumprir a ordem, porém a jovem rainha não queria ser questionada, só queria que sua vontade fosse realizada, apenas isso.

   Dias de confrontos pesados contra Romana se passaram e a vitória e vingança pela morte dos governantes de Germânia finalmente chegou, muitos soldados morreram em guerra, a mais nova rainha fez um funeral em homenagem aos seus pais e aos bravos soldados que vieram a falecer lutando pela justiça.

   Após a grande vitória contra o reino de Romana, o conselho se reuniu com a rainha, assuntos e pendências reais precisariam ser resolvidos. Depois de longas horas de reunião, passando leis e decretos reais, os conselheiros entraram em um assunto um pouco delicado para a princesa.

— Precisamos agendar a coroação o quanto antes. Vamos aproveitar a vitória de nosso reino e realizar uma grande festa em comemoração.

— Não haverá festa. Apenas a coroação com os membros necessários para tal evento já bastam. - A rainha ordenou. — Quero as portas do castelo fechadas, ninguém sem minha autorização entra. — Diz antes de se retirar da sala em que estava.

   Finalmente Isabel pode chorar a morte de seus pais, sentia aquela dor com uma intensidade gigantesca, não sabia como iria lidar com tudo aquilo. Conseguiria ela reinar sendo tão jovem? Mais lágrimas desciam de seus olhos, juntamente com berros desesperados. Ela não tinha mais ninguém, era apenas ela e agora, seu reino.

   A jovem rainha resolveu sair um pouco do castelo para tentar esquecer um pouco de tudo aquilo que estava acontecendo com ela. Arrumou uma muda de roupa de uma de suas criadas, vestiu-se e saiu perambulando pelo reino, até chegar a entrada de uma taverna.

— Por que não? — Pensou ela.

   Ao entrar naquele local de pouca iluminação, senta-se e pede uma bebida. Ao seu lado se senta um rapaz que aparentava ter a mesma idade que a rainha.

   Ele puxou assunto e os dois começaram a conversar. Para não escutar desaforo dos conselheiros reais, resolveu não se revelar para o jovem rapaz simpático que falava frequentemente ao seu lado.
O rapaz cujo o nome era James Hadson, ofereceu-se para acompanhar aquela bela dama até sua casa, porém sua oferta foi negada, determinado, ele insistiu novamente e teve sua proposta ignorada; Resolveu então, respeitar a decisão da jovem.

— Quando nos encontraremos novamente, bela moça?

—  Talvez outro dia meu caro jovem, talvez outro dia. — Responde sumindo do campo de visão do rapaz que fica esperançoso na taverna, aguardando o reencontro.

   [...]

   A luz já atravessava a cortina de seu quarto, anunciando o início do dia, Isabel fez sua higiene matinal, vestiu-se e foi até a mesa para tomar seu café da manhã. Vendo aquela mesa cheia de fartura, mas com os lugares daqueles que mais ama vazios, seu coração doeu de uma forma que só ela entendia, comia solitária até que foi solicitada sua presença na sala de reuniões do conselho.

   Ao chegar na sala, dois conselheiros estavam a esperando, ela se senta e a reunião começa.

— O que os senhores desejam?

— Minha rainha, estamos em um período pós-guerra, o que deixa nosso reino um pouco invulnerável, com isso, outros reinos podem se aproveitar dessa invulnerabilidade nossa e nos atacar.

— Isso não pode acontecer. Recrutem mais homens, precisaremos de mais soldados e trabalhadores para o departamento de armas. — A rainha diz com sua feição séria. — Intensifiquem também o treinamento dos novos soldados, não saberemos quando algum reino irá atacar, é conveniente estarmos preparados. Algo mais?

— No momento, apenas isso vossa realeza.

   A rainha apenas se levanta e sai em direção a sala de mapas, era o seu lugar favorito, pois seu pai sempre estava lá, planejando ataques e defesas, as suas melhores estratégias saiam daquela sala, Isabel queria ficar mais próxima de seu pai, nem que fosse por um breve e simbólico momento.

The Queen and The SoldierOnde histórias criam vida. Descubra agora