four; jack

452 76 242
                                    

Eu havia pedido um Uber e ja estava quase chegando quando recebo uma notificação vinda da caixa de mensagens.

Marvete: ja to aqui
vou comprar pipoca

Me: 5 minutos eu chego

A amizade minha e de Finn nunca foi a coisa mais lindo do mundo. Na verdade a gente nunca se acertou, nossos pensamentos são controversos e totalmente diferentes, discordamos em tudo. E isso é um saco.

As vezes, eu acho que sou muito duro com ele, mas ele provoca! Bem no fundo eu gosto dele, só não quero adimitir. E eu sei que é recíproco, só não quero acreditar.

Quando o motorista para na frente do shopping, entrego o dinheiro e saio do carro. Quando entro no shopping pego meu celular e começo a discar o número de Finn. Que de alguma forma, eu sabia de cor.

"— onde vc ta?"

"— na frente do cinema babyboy"

"— não me chama assim, é vergonhoso, marvete"

Desligo a chamada antes mesmo que ele pensasse em uma resposta. Apresso meu passo e com um sorriso bobo vou até o local. Eu realmente gosto desse babaca?

O avisto de longe, ele estava de costas, provavelmente vidrado no celular vendo alguma besteira no Twitter. Penso na oportunidade em assustalo, mas resolvo ser mais piedoso.

Me coloco nas pontas dos pés ja que ele era mais alto que eu. Ponho minhas mãos delicadamente em seus olhos e tampo sua visão.

"— se acertar leva um soco na cara"

"— Ariana Grande é você?"

Rio e ele se vira. Me encarando vejo um brilho em seus olhos. Desviando meu olhar, viro para a esquerda vendo pessoas entrarem em uma sala, provavelmente onde se passava o filme.

Ele segura minha mão e me guia para a sala, rindo como se estivéssemos fugindo da política. Suspiro e por segundos esqueci que eu "odiava" ele.

Nos acomodamos nos ultimos bancos, e como era uma quarta-feira as 16:30 da tarde, era meio óbvio que a sala estava vazia.

Mesmo sendo um filme "importante" a maioria do público eram crianças e assim, preferiam ficar nos primeiros bancos. Dando assim, espaço e privacidade para quem gostava de se sentar no fundo.

Me sentei na poltrona e ele se sentou do meu lado. Pegou o pacode de picoca e colocou no meu colo. Segurando de leve na minha perna, e dando um arrepio rápido.

O filme começa e colocamos nossos celulares no silencioso. Vendo apenas notificações de nossos amigos mandando mensagens do estilo: "se comam" "Mandem foto de vcs se pegando" "É filme do thor não cinquenta tons".

Rimos num suspiro só. Quando o filme começou ele colocou sua cabeça no meu ombro e pediu pra mim fazer carinho. Ata, ele acha que eu sou facil assim? Sou mesmo por que eu fiz carinho sim.

E assim o tempo passava, e quando finalmente chegou a parte tão esperada por ele - parte que ele participava - ele pulou e sorriu orgulhoso de seu trabalho.

"— ei calma! Senta ai surtado!" — eu falo falho, eu não conseguia parar de rir

"— oque importa é que você está se divertindo" — sorrio com isso, eu realmente estava.

O filme ja tinha terminado e estavamos indo pra praça de alimentação para tomarmos sorvete.

Eu pedi de morango e ele de chocolate com baunilha.

"— vem me da um pouco do seu" — ele exige.

"— uhum, não não" — vejo seu bico e começo a rir até minha barriga doer.

"— porque não seu chato?"

"— por que não!"

Riamos a toa e isso era simplesmente mágico. Sem percebermos, nossos olhares ja estavam cruzados. Nossos rostos a centímetros de distância, tão pertos que eu consegui sentir sua respiração. Num piscar, ele toma a iniciativa e junta nossos lábios.

Arqueio as sombrancelha e aos poucos cedo aquele selhinho, sentia algumas gotas do meu sorvete pingarem em meus dedos, mas não podia me importar menos.

Separando daquele beijo rápido ele me olha com um olhar de preocupação.

Coloco meu sorvete que ja havia derretido por completo numa lixeirinha ali do lado. E limpo minhas mãos. O olhando novamente, ele ainda me encaraca aflito.

"— desculpa eu não devia eu sei que você me odei..." — sem deixar que ele terminasse, juntei nossas bocas novamente.

Empulsionei meu corpo mais para frente e coloquei minhas mãos, ja limpinhas, em seus cabelos, aprofundando cada vez mais aquele momento.

Ele não apenas cedeu na hora, como também, pediu passagem de língua e me surpreendo fez aquilo com a maior naturalidade do mundo.

Quando nos separamos pude ver um sorriso bobo em seu rosto. Eu também sorri e ele me abraçou. Escondendo seu rosto no meu ombro, se afundando na imensidão dos meus braços.

"— Dc continua sendo melhor que Marvel, Finnie" — ri, o provocando sinicamente.

"— você me paga Grazer" — e assim ele me deu mais oque, cinco? seis? sete? selinhos.

Cabo.

𝘥𝘤 𝘰𝘳 𝘮𝘢𝘳𝘷𝘦𝘭¿? × 𝙛𝙖𝙘𝙠Onde histórias criam vida. Descubra agora