Capítulo 8

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Acordei me sentindo ansioso, não sei se é porque minha mãe está voltando para casa ou porque In virá conhecer meu quarto hoje. Tantas coisas aconteceram nos últimos dias que está difícil de processar tanta informação.

Aproveito os últimos momentos com mamãe, eu meio que já sinto falta dela e pelo jeito que ela me olha deve sentir o mesmo. Ajudo ela com a bagagem antes de sairmos para tomar café da manhã. No café ela repassa todas as recomendações, eu só concordo com a longa lista de coisas que ela fala, são basicamente as mesmas regras de casa e ela diz que vai ligar todos os dias para se certificar que eu estou seguindo suas ordens. Ela parece ter esquecido que eu sou um jovem responsável (palavras dela).

Quando tudo está organizado pegamos um táxi para o aeroporto, fiz questão de acompanhá-la. Sei o quanto é difícil para ela se afastar de novo e agora ela deve estar ainda mais preocupada em me deixar vivendo sozinho, por isso tento tranquilizá-la dizendo o quanto sou grato a ela e ao pai por essa oportunidade e prometo não decepcioná-los.

Antes dela embarcar dou um forte abraço, agradeço por tudo e digo o quanto a amo. Cada vez que nos despedimos parece mais difícil.

Depois que minha mãe embarca recebo uma mensagem de In me convidando para almoçar. Sugiro comprar o almoço e comer meu quarto e ele fica satisfeito com essa ideia, aproveito mando a localização e calculo quanto tempo devo levar até chegar. Combinamos de pegar a comida em um dos restaurantes perto do meu prédio.

Estou nervoso, todos esses dias separados e não mencionamos o beijo, In demonstra sentir minha falta, mas será que ele pensa naquele beijo tanto quanto eu? Quanto mais eu penso, mais nervoso fico.

Vejo In de longe, minha mãe tem razão ele é realmente bonito, esse idiota nem se toca quando uma garota passa olhando pra ele. É errado eu ficar feliz por isso? Quando ele me vê abre aquele sorriso e eu derreto por dentro. Eu realmente senti falta dele.

"Oi, você demorou para encontrar o prédio? pergunto.

"Não, você tinha razão quando disse que é próximo da escola"

"Vamos comprar a comida, estou com fome"

Nós vamos ao mesmo lugar onde comi com a minha mãe esses dias, fazemos nosso pedido para viagem. Depois vamos direto para o meu quarto, quando chegamos na porta falo de brincadeira:

"Bem vindo ao meu novo lar!" abro a porta e In me segue. "É simples, mas já me sinto em casa".

"Isso parece tão adulto, você morando sozinho antes de entrar na faculdade"

"Eu estava me sentindo adulto até minha mãe me passar mil recomendações e garantir que vai me ligar todos os dias para se certificar que estou cumprindo o combinado" reviro os olhos.

In parece impressionado, mesmo meu "apartamento" sendo menor que seu quarto. Enquanto ele checa cada detalhe eu levo nossa comida para a pequena mesa no canto.

"Estou feliz por você, acho que vai ser bom você ter seu próprio espaço, mas nem pense em parar de ir a minha casa. Meus pais sempre perguntam por você" ele murmura algo baixinho.

"Você falou que até parece que eles sentem mais a minha falta que você? Você está com ciúmes dos seus pais? HAHAHA "

"Ooooi, eu não falei isso" acho que ele está corando. In sendo fofo é demais para mim.

"Ok ok, vamos comer antes que esfrie"

Nós comemos em silêncio até ele comentar:

"Você ainda não contou para nossos amigos que está morando sozinho. Isso aqui vai ficar uma zona quando eles te visitarem"

Eu só mandei uma mensagem avisando que cheguei ontem e só depois de contar para In.

"Ainam me mandou uma mensagem perguntando quando iríamos nos ver" respondi

"Ah é? Acho engraçado porque ela não quis sair comigo, Oh e Peach. Será que ela ainda tem sentimentos por você?"

"Pare de falar bobagens, ela quer encontrar todo mundo. Talvez ela estivesse ocupada ou não quis sair com vocês com medo de que fosse estranho se eu não estivesse junto"

"..."

"Além disso, eu quis que você fosse o primeiro a vir aqui. Vou contar para os outros a novidade quando nos encontramos" ele abre um grande sorriso. As vezes quero socar ele por ser tão cheio de si.

Quando terminamos de comer pergunto se ele quer assistir um filme e ele aceita. Tenho a sensação de um déjà vu, mais uma vez me perco em pensamentos, parece que minha capacidade de concentração diminui consideravelmente quando In está assim tão perto. Estamos sentados lado a lado na cama com as costas apoiadas na cabeceira. Minha mente transportada para aquele beijo, nosso primeiro e único beijo. Só de pensar meu coração acelera. Oooooi acalme-se Sun ou ele vai perceber.

"Terra para Sun"

"..." pisco confuso.

"O que foi dessa vez? Não me diga que você está planejando voltar pra casa dos seus pais ou algo do tipo"

"Não, eu... eu... não é nada"

"Ei, você sabe que pode falar sobre qualquer coisa. O que está passando na sua cabeça?" Ele bate em minha testa.

"Ai! Isso dói, idiota!" dessa vez sou eu que começo a "luta" e mais uma vez paro quando vejo o rosto de In se aproximando do meu. Meus Deus está acontecendo de novo!!! Meu coração está disparado e fecho os olhos em antecipação, In parece ciente do que está acontecendo e logo fecha o espaço entre nós, sinto sua respiração em meu rosto, porém, antes dos nossos lábios se tocarem sua mão desliza pelo meu rosto. E então ele me beija e o mundo parece parar. Tudo que importa sou e In e esse momento, é exatamente como eu me lembrava, o beijo começa suave nós experimentamos os lábios um do outro e parece que não existe nada melhor no mundo que os lábios de In, ele aprofunda o beijo e eu acho que sou capaz de fazer qualquer coisa para que sempre me beije assim. Não sei quanto tempo nós nos beijamos, só nos separamos quando precisamos de ar, nós ficamos parados apenas nos olhando, aproveitando o momento até que ele quebra o silêncio:

"Você tem ideia do quanto eu queria te beijar assim de novo?" meu coração parece que vai explodir a qualquer momento.

"Eu também, não paro de pensar nisso desde aquele dia" desvio do olhar dele.

"Eu fiquei triste, achei que você tinha fugido de mim"

"Eu nunca faria isso, eu realmente precisava ir pra casa. Agora tudo está resolvido e me sinto aliviado pelos meus pais saberem da verdade"

"Estou feliz por você, eu quero ser corajoso também"

"O que você quer dizer? Você pensa em falar para os seus pais sobre nós?"

"Hum. Só não sei como fazer isso ainda, é tudo muito novo. Eu demorei muito a assumir meus sentimentos e para tomar a iniciativa de te beijar, mas sei que quero ser corajoso, afinal nós não estamos fazendo nada errado" eu mal posso acreditar no que estou ouvindo.

"Não precisa se apressar, eu não quero que você sinta a obrigação de fazer isso"

"Eu me sinto como você, não acho certo esconder essa parte da minha vida dos meus pais"

"Ok. Estarei ao seu lado" seguro a mão dele.

"Hum" Ele me olha nos olhos e me beija novamente. Não tenho mais ideia do que está passando na televisão.

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