Capítulo 6

142 12 33
                                    


Sem que eu me desse conta os dias foram passando, aproveitei esse tempo em Chiang Mai para rever meus amigos, passear e passar o máximo de tempo aproveitando a companhia dos meus pais. Sempre troco mensagens com In e com o nosso grupo de amigos. Oh e Peach tem inundado o grupo com fotos de casal e In tem suspeitado do comportamento de Ainam. Geralmente ela nunca recusava um convite ou se chateava quando fazíamos algo sem ela, ele disse que ela andou recusando alguns convites quando tentaram se encontrar, achei engraçado quando ele me disse que nunca sairia com Peach e Oh sozinhos, ele não iria suportar ficar de vela. Tão dramático.

Até agora meus pais não mencionaram a minha tia e não sei como perguntar, talvez seja melhor deixar as coisas como estão, assim evito de causar atrito e não exponho minha relação com In. Me sinto mal por esconder essa parte da minha vida da minha mãe, ela sabe que In é um amigo próximo, por isso ela me deixou ficar em sua casa durante as férias.

Até que poucos dias antes de voltar eu estava em casa com a minha mãe quando ela pergunta:

"Como estão as coisas com a sua tia?" senti meu sangue gelar.

"Tudo bem" não está tudo bem, mas não quero preocupa-la.

"Sun, você pode me dizer a verdade. Sua tia me ligou algum tempo atrás" acho que estou entrando em pânico. Tento respirar fundo.

"Mãe, eu..." não consigo concluir a frase, não sei exatamente o que minha tia falou.

"Tudo bem, querido. Sua tia não é fácil de conviver, eu e seu pai erramos em deixar você com ela. Pensamos que seria mais tranquilo você ficar com alguém da família. Como você nunca tinha ficado longe de nós achamos que seria mais fácil para você se adaptar."

"Me desculpe" foi tudo que consegui dizer.

"Por que você está se desculpando? Você não fez nada errado" olho confuso para ela que continua:

"Se for pelos livros que ela disse ter encontrado em seu quarto você não precisa se desculpar, ela que está errada em invadir sua privacidade. Filho, você não tem do que se envergonhar, ninguém tem o direito de interferir em sua vida. Quando ela telefonou fiquei assustada pensando que tinha acontecido algo com você. Eu te conheço e confio na criação que eu e seu pai te demos"

"..."

"Meu amor, eu e o seu pai temos muito orgulho de você, foi muito difícil para nós nos separarmos de você, nós só deixamos você ir estudar em Bangkok porque queremos que você tenha uma boa educação, você sempre foi um bom aluno e nós acreditamos que você será capaz de entrar para qualquer curso que escolher na faculdade. Me sinto culpada por não ter me certificado que você seria bem recebido na casa de sua tia, pensei que os laços de sangue seriam suficientes, não entendo como alguém pode não amar você"

"Mãe, você e o pai sempre se esforçaram para me dar o melhor, eu não queria me queixar e deixar vocês tristes. Minha tia acha que sou sem vergonha, nunca esqueci o jeito que ela me olhou e não suportaria se vocês me olhassem daquele jeito" tento controlar as lágrimas que ameaçam cair.

"Nunca duvide do amor que eu e seu pai sentimos por você, quem você ama diz respeito apenas a você. Tenho certeza que você entregará seu coração a uma boa pessoa. Quando você voltar para Bangkok não precisará mais ficar com minha irmã, eu e seu pai alugamos um quarto em um dormitório" estou tentando processar todas essas informações.

"Mãe, eu não quero dar mais despesas para vocês"

"Não se preocupe, nós já temos tudo arranjado. Vou com você para Bangkok para te ajudar com a mudança. Seu pai não pode ir porque não pode se afastar do trabalho"

"Obrigado" Dou um forte abraço na minha mãe. "Posso te perguntar uma coisa?"

"Claro querido!" reúno toda a coragem e falo:

"O pai sabe?" meu coração para esperando a resposta.

"Sim. Não se preocupe, seu pai tem a mesma opinião que a minha. Você é nosso filho amado, ele só não sabe como lidar com a situação ainda, dê um tempo a ele" enfim posso respirar aliviado.

Então é isso, quando voltar para Bangkok terei meu próprio espaço. Estou tão feliz! Nunca foi minha intenção causar problemas, me sinto aliviado que os meus pais sabem a verdade e me entendem. E agora? Devo contar ao In ou faço uma surpresa? Estou sorrindo feito louco segurando meu celular quando escuto a voz da minha mãe.

"Está sonhando acordado? Se eu soubesse que você ficaria tão feliz teria te contado antes. Acho que posso adivinhar o que você está pensando"

"Mãe, por acaso você aprendeu a ler mentes?"

"Você está apaixonado, não está? Faz dias que vejo você sorrindo e suspirando pela casa" arregalo os olhos. Eu sou fácil assim de ler ou é a intuição de mãe que não falha?

"..." estou tão envergonhado que não sei o que falar.

"Ei, não precisa ficar tão envergonhado. Se não quiser falar sobre isso, eu entendo"

"Eu... É o In..." não consigo continuar sinto meu rosto queimar.

"Seu amigo? Então é por isso que você preferiu passar as férias com ele" ela fala sorrindo.

"Mãaaae! Oiiii" Conto tudo que aconteceu e como está meu relacionamento com In. Ela diz que eu devo dar tempo a ele, que na nossa idade tendemos a querer apressar as coisas. Tomei a decisão certa quando decidi vir para casa. Sinto falta de In, mas resolvi não contar que volto em dois dias e que vou morar sozinho.

Sun: Finalmente conversei com a minha mãe, ou melhor, ela conversou comigo 😅

In: Como foi? Deu tudo certo?

Sun: Minha mãe é esperta, não dá pra esconder nada dela. Contei a ela sobre nós e está tudo bem.

In: Fico feliz por você. Quando você volta?

Sun: Logo!

In: Você nem parece sentir minha falta 😞

Sun: Desde quando você se tornou tão dramático? Parece um bebê chorão.

In: Você parece se divertir zombando de mim.

Sun: Confesso que é divertido 😜


Sun: Eu sinto sua falta e já estou voltando, espere só mais um pouco...

InSun - Sem mais adeusOnde histórias criam vida. Descubra agora