Entrei em casa correndo.
- Pai, pai?
Meu pai estava em seu escritório. Quando subi as escadas quase o derrubei no corredor.
- Acalme-se querida! O que houve?
- Tenho uma surpresa!
- Então diga.
- Veja.
Virei meu pulso com cuidado, mostrando o desenho que eu fizera.
- Ficou muito bonito, meu amor.
- Gostou mesmo? Sei lá, é uma tatuagem, sabe, pai não gosta muito destas coisas.
- Sim, ficou muito bonita. Especialmente em sua pele delicada. Além disso, combina com sua personalidade e eu não sou um pai como os outros. Minha garotinha rebelde!
Eu me pendurei em seu pescoço e lhe dei um beijo no rosto. Ele me aconchegou em seus braços e chamou Esme. Junto dela veio também Rosalie.
- Veja o que Satine fez.
Ele virou meu pulso com suas mãos e mostrou a tatuagem.
- Ficou lindo querida.
Disse-me Esme. Rosalie, como de costume, soltou seu comentário.
- Até que enfim, uma coisa bonita e delicada. Você vai acabar parecendo uma revista em quadrinhos!
As duas voltaram a seus afazeres. Eu acompanhei meu pai até o escritório. Queria conversar com ele sobre algumas idéias que tive para a cicatriz de Emilly. Desde o dia em que a conheci, eu pensava em uma maneira de ajudá-la.
A campainha tocou. Alguém correu para abrir. Quando desci as escadas, deparei-me com os baús que eu trouxera da Itália. Enfim a arrumadeira os tinha mandado.
Alice estava sentada em um deles, balançando os pés de um lado para o outro.
- Então, vamos arrumar coisas? Estou louquinha para ver o que tanto você guarda aqui.
- Claro. Mas acho que vamos precisar de ajuda. Com este gesso, não faço muitas coisas.
- Tudo bem, podemos dar um jeitinho. Emmet!
Ela gritou tão alto e estridente que Emmet entrou correndo, e quase trazendo a porta de entrada no peito.
- O que foi, ficou louca?
- Precisamos de ajuda.
- E precisa gritar tanto?
- Se eu não gritasse, você demoraria.
Eu andei até onde Emmet havia parado e lancei-lhe meu olhar mais persuasivo.
- Emmet, desculpe. Será que poderia nos ajudar?
- Tá, tudo bem!
Ele colocou um baú em cada ombro e subiu as escadas, deixando todos no chão do meu quarto. Alice e eu empurramos até o closet, e começamos a mexer nas caixas.
- Dra. Satine Volturi, que fofo!
Alice pegara meu jaleco do hospital Parisiense. Estava com ele nas mãos, em pé no meio de minha sala de balé.
- Acho que não vou usar isso por um bom tempo.
- Não fique assim! Logo, logo vai usá-lo novamente.
- Espero que sim. Adoro ser médica. Sinto falta.
Alice abriu o próximo baú e encontrou nele os meus vestidos de festa.