Como previsto, o caminho de volta para Forks foi solitário. Tentei ligar o som, nenhuma música me agradava. O que eu queria estava longe, sobrevoando o pacífico.
Quando estacionei no gramado, Alice estava á minha espera.
- Não foi á escola hoje, Alice?
- Eu sabia que você chegaria agora. Queria saber o que aconteceu.
- Como sabia, se não pode me ver?
- Posso ver Demetri. Quando ele embarcou, eu sabia que você viria o mais rápido possível.
Eu a abracei. Estava sentindo um nó em meu peito.
- Não tenho nada muito bom para te contar.
- Como assim? Quero detalhes, detalhes! Venha vamos entrar.
Subimos para o meu quarto, eu me joguei na cama, com a cabeça no colo de minha irmã.
- Agora, me conte tudo!
- Eu não tive coragem, Alice. Na hora “H”, eu não consegui. Ele me perguntou se eu o queria, se o queria naquela hora. Eu não consegui responder. Acho que tive medo. Vai dizer que eu sou idiota, não vai?
- Ela eu não sei, mas eu vou. Idiota!
- Rosalie!
Rosalie entrara no quarto e estava subindo as escadas.
- Eu não acho que ela é idiota, não senhora!
- Não? Ela passa a vida toda esperando por ele, esperando que ele tome uma atitude. Quando ele toma, ela recua! Se isso não é idiotice, eu não sei o que é, então!
Eu afundei meu rosto no colo de Alice, minhas lágrimas provavelmente molharam sua perna. Ela afagou cuidadosamente meus cabelos.
- Não dê ouvidos a ela. Comigo também foi assim.
Levantei meu rosto. Estava com os olhos vermelhos, o cabelo despenteado colado no rosto molhado.
- Você também ficou com medo?
- Claro! Jasper teve que ter muita paciência comigo. Fique tranqüila, as coisas acontecem como tem que ser. Rosalie é uma boba, tira o romantismo de tudo.
- Por que? Acha que não sou romântica? Emmet também teve paciência.
Mas nós duas não tínhamos os problemas que ela tem com Demetri.
Rosalie sentou-se a meu lado e arrumou meu cabelo com os dedos, limpando meu rosto das lágrimas. No fundo, ela era como todas nós, mulheres, sempre mulheres. Quem não gosta de uma boa história de amor?
- Se ele a amar de verdade, saberá a hora certa de agir. E será maravilhoso
- Na hora certa!
Disse Alice.
A campainha tocou. Uma voz de homem, disse:
- Entrega para Sra. Satine Cullen!
- Alice, pode receber para mim? Estou horrível!
Alice desceu. Voltou alguns minutos depois com um imenso ramalhete de callas negras (flores preferidas de Demetri).
- Não são lindas!
- Demetri!
- Bom, pelo menos ele tem bom gosto. São maravilhosas!
- Tem um cartão! Vai lê-lo para nós não vai?
Eu não conseguia esconder o sorriso. Levantei-me e peguei o buquê, cheirando levemente. No meio das flores, havia um cartão em papel nobre, todo branco. Peguei e abri. Em letra rebuscada podia-se ler: